Metendo o dedo
Desde pequenos, usamos muito os nossos dedos. São importantes para as descobertas sobre o mundo que nos cerca. Conhecemos sabores com a ajuda dos dedinhos. Quem nunca enfiou um indicador na cobertura de um bolo? E, ainda pequenos e levados pela inquietude, até fazem algumas incursões por indefesas narinas. Crescemos e logo descobrimos que existem lugares maravilhosos para novas investidas, especialmente com o médio, mais conhecido como pai-de-todos. Não importa a idade, eles são fundamentais na nossa comunicação universal. O apontador ou fura-bolo é o primeiro artifício para um movimento de vai e volta enfatizar um não. É uma espécie de seta indicativa, mostra caminhos, portas e aponta para objetos. Em riste, é exigência de respeito ou declaração de guerra. Serve também para o exercício do dedurismo, quando um dedo-duro atua como alcaguete.
Já o bonachão polegar, dedão para os mais íntimos, é quem dá um veredito: positivo ou negativo. Enfiados, expressivos e cênicos, os mesmos dedinhos que seguravam o lápis e a borracha na escola primária, discaram nos telefones enfiados nos buraquinhos de cada número, teclaram nas máquinas de escrever ou de calcular. Pegaram o mouse, passaram pelos teclados e hoje brincam nas modernas telinhas. O problema é quando a cabeça não acompanha a habilidade datilar. Mas isso é pequeneza para se discutir com o mindinho ou trocar uma ideia com o seu vizinho.
Jamantas em desfile
Ainda no início da noite, começa a peregrinação de enormes caminhões pela Avenida Brasil. Vêm de todos os lados e seguem tranquilamente para as respectivas antípodas. Caminhões com cinco, seis ou sete eixos marcam presença nas madrugadas. São as carretas (antigamente chamadas de jamantas), cegonhas ou bitrens. Raríssimos têm por origem ou destino Passo Fundo. Apenas passam por essa conhecida terra de passagem. Atravessam a cidade de ponta a ponta na maior tranquilidade. Muitos saem da fronteira com o Uruguai e seguem para o Paraná, Mato Grosso, Goiás ou até mais longe. As cargas-vivas pulverizam o cheiro de estrebaria pela cidade, além de alguns respingos pelo asfalto. Caminhão-tanque ou graneleiro, sabe-se lá o que transportam? Mas, invariavelmente, cortam a cidade. Por quê? Ora, contamos com uma boa infraestrutura rodoviária permitindo passagens pelo entorno da cidade. E, como manda a lógica, ao Sul Passo Fundo é circundada pela Perimetral e ao Norte pela BR-285. A área urbana não é beira de estrada!
Terapia de grupo
Tarde dessas, a turma da Mesa Um do Oásis se puxou nas lembranças. Nomes e lugares foram resgatados do fundo do baú, permitindo a composição de momentos históricos. Chamou a atenção a boa memória da gurizada com respostas rápidas. Foi uma partida de pingue-pongue, pois enquanto um levantava a bolinha outro rebatia com uma complementação. Parecia um show de Roberto Carlos, porque não faltaram os detalhes. Sabiam até a cor da janela de alguma residência há 50 anos ou o tipo das lajotas nas calçadas. Então, no canto esquerdo da mesa, Éden Pedroso e Ênio Xó Gava ficaram impressionados com a lucidez da piazada. Xó avaliou que o Alzheimer passa longe da Mesa Um, enquanto Éden complementou que isso é graças à excelente terapia de grupo no Bar Oásis. Então, vamos continuar malhando nossos cérebros.
Ventito
Parece que já estamos na primavera. No Aeroporto Lauro Kortz diminuiu a neblina de inverno. Em compensação voltaram os incômodos do vento de través, característico para o período naquele local. Na terça-feira, dois voos foram afetados pelo vento de 340º e 16kt. O METAR (informações sobre o tempo no aeroporto) indicou rajadas de vento de até 27kt. Um voo da Latam alternou Curitiba e um da Azul se mandou para Porto Alegre. E isso não é nenhum fenômeno, pois é previsível e conhecido de longa data. A pista continua com 30 metros de largura. Mas, para amenizar o tempo de espera, ainda bem que agora existe uma nova estação de passageiros.
Paciência!
Aves de rapina de plantão, por favor, mantenham a calma. O estouro, ou melhor, os estouros, vão espocar a qualquer momento. E, como escândalo não tem hora marcada, é necessário aguardar. As cargas explosivas já foram devidamente acondicionadas. Além disso, cada caso é um caso diferente. Querem uma dica? Está tudo em banho-maria. Tomem um chazinho de cidreira. Mas não durmam, pois a qualquer momento teremos retumbantes explosões.
Trilha sonora
Com direção do maestro Joan Chamorro, Alba Armengou com Andrea Motis, Èlia Bastida e Rita Payés – Triste