No quarto domingo do mês vocacional a Igreja Católica convida para refletir e aprofundar a compreensão dos ministérios leigos na Igreja. É dia para louvar e bendizer a Deus por todos estes fiéis batizados que dedicam parte de seu tempo para a evangelização. O seu exemplo é um convite para despertar e convidar mais pessoas para abraçarem algum serviço na comunidade cristã. O Ano Vocacional, que tem por tema: “Vocação: graça e missão” e por lema “Corações ardentes, pés a caminho”, é um chamado de Deus a todos os batizados.
Todas as instituições para realizarem sua missão requerem muitas pessoas com habilidades e qualidades diferentes para realizarem funções diferentes. O mesmo acontece com a Igreja que tem a sua origem na vontade de Deus, por isso é divina; mas é simultaneamente humana, destinada para humanos e também construída por mãos humanas. A Igreja sendo humana e divina precisa conjugar estas duas realidades. Nem sempre é fácil distinguir o que é de Deus e o que é humano. A Igreja ensina que desde o dia do Batismo, cada batizado participa e é responsável pela Igreja. Deus concede a cada fiel dons diferentes em vista da edificação da Igreja e para realizar a missão de anunciar o Evangelho.
Por ser humana a Igreja precisa se organizar, distribuir tarefas, normatizar o seu funcionamento. Rendemos graças a Deus porque em todas as comunidades temos batizados que colaboram generosamente. A título de exemplo citamos: as pessoas que zelam pelo patrimônio material e a organização das festas, as que se dedicam à liturgia, as que visitam os doentes, os que participam e coordenam grupos, movimentos e pastorais, os Ministros extraordinários da Sagrada Comunhão eucarística e os catequistas.
O último domingo agosto também é dedicado a quem se dedica à catequese. O “Diretório para a Catequese”, publicado em 23 de março de 2020, falando sobre a identidade e a vocação do catequista, nos números 110 a 113 ensina: “são testemunhas do anúncio do Evangelho com a Palavra e com o exemplo de vida cristã. (...) No conjunto dos ministérios e serviços, com os quais a Igreja cumpre a sua missão evangelizadora, o ministério da catequese ocupa um lugar significativo, indispensável para o crescimento da fé. (...) A vocação específica do catequista, portanto, tem sua raiz na vocação comum do povo de Deus, chamado a servir o desígnio salvífico de Deus em favor da humanidade. (...) O catequista pertence a uma comunidade cristã e dela é expressão. (...) O catequista é um cristão que recebe o chamado particular de Deus que, acolhido na fé, o capacita ao serviço da transmissão da fé e à missão de iniciar à vida cristã”.
O Papa Francisco na Evangelii Gaudium – Na alegria do Evangelho – dirigindo-se a todos cristãos católicos envolvidos mais diretamente na missão evangelizadora da Igreja afirma que devem ser “evangelizadores com Espírito”. O lema do Ano Vocacional “corações ardentes e pés a caminho” vai ao encontro do que o Papa ensinou sobre evangelizadores com espírito, pois o coração começa arder quando a pessoa se encontra com Jesus Cristo ou se deixa encontrar por Ele. Pois a missão do evangelizador é realizar o que Jesus confiou, isto é levar o Evangelho a todas as criaturas. Toda ação evangelizadora é sempre “nova”, pois a vida do evangelizador sempre está em movimento e sempre novas pessoas e situações vão aparecendo.
Novamente agradecemos a Deus e a cada fiel leigo por dedicar parte da sua vida na nobre missão de anunciar Jesus Cristo. Vocês fazem isso, porque têm uma paixão por Jesus Cristo e paixão pelo povo de Deus.
Dom Rodolfo Luís Weber – Arcebispo de Passo Fundo