O Teatro Mucio de Castro terá, no próximo sábado, a quinta edição do espetáculo musical Coral Ricordi D’Italia “In Concerto”, às 19h00. O repertório traz emocionantes canções celebradas com sucesso no mundo inteiro. Todas as interpretações em quatro vozes, sob a batuta do maestro David Reginatto guardam arte elaborada em arranjos de três décadas do Coral que foi iniciado sob o comando do saudoso músico, Carino Corso. A saber da importante relação das famílias de nossa região com a ancestralidade italiana, são muitos os elos culturais, afetivos, definitivamente inseridos na própria comunidade. A influência de imigrantes italianos trouxe a significação na força e desenvolvimento de nossa terra de Passo Fundo, na produção, economia, religião e arte, especialmente a musical. A presidente do Coral Ricordi D’Italia, Glaci Bortolini, lidera quadro de dedicados mestres da música e vozes da comunidade que executam melodias memoráveis, há mais de trinta anos de existência voluntariosa do grupo artístico. O Coral tem sido mantido graças ao esforço pessoal de cada um de seus membros. As melodias de muitas épocas e sucessos atuais, serão rememorados ao apreço de grupo que mantém uma bela história de espetáculos musicais. Neste sábado, portanto.
Saneamento
A aceleração dos núcleos que formam nossas cidades causa exigências inevitáveis e urgentes. Além das condições ditadas pelos fenômenos naturais, com mudanças climáticas severas, há um rumo irreversível que jamais dispensa a ação permanente do homem. Cotidianamente, sublinhamos. Trata-se do tratamento universal do uso dos bens necessários ou supérfluos e sua destinação final. Mais comumente percebemos o descarte do lixo, sua coleta atribuída ao poder público que acontece com a participação direta de cada indivíduo. É processo civilizatório em que o crescimento demográfico exige em ação consciente de todos, indistintamente. De alguma forma temos avanços técnicos que sugerem aprimoramento de hábitos e comportamentos inadiáveis à sobrevivência. A atenção mais premente, no entanto, é a destinação dos dejetos sabidos como lixo cloacal. Passo Fundo é servido pelo dito saneamento cloacal com coleta e tratamento, que atinge ao redor de 40% na rede pública. Nesta coleta e tratamento a logística atende ainda de modo insuficiente. Há muitos redutos que precisam receber melhor atenção na coleta do esgoto. É a saúde pública em jogo. Riachos poluídos pela sobrecarga de esgoto lançado diretamente nas águas. A ausência de sistema no saneamento afeta inexoravelmente o ânimo de vida nos arredores da cidade. Recente levantamento nas cidades menores ou de médio porte alerta para o surto de hepatite, contaminação silenciosa e predadora das condições de vida. A privatização da CORSAN sinaliza para metas do marco de saneamento. Mas é pouco, diante das necessidades básicas.
Miséria na rua
Em meio a tantos temas das efêmeras referências que inundam a comunicação eletrônica, a persistência do Padre Lancelotti, nas ruas de São Paulo geram intrigante confronto sobre a realidade social no Brasil. Seu insistente trabalho de atenção vem gerando enorme polêmica, por que insiste em dar visibilidade aos miseráveis desprezados que vivem nas ruas. Assumir essa missão de acolher relegados é visto como ameaça a boa parte dos que vivem em condições melhores. É real a contrariedade dos que não admitem gesto solidário, nem mesmo um pouco de aconchego de um prato de comida, ou um forro para dormir debaixo do viaduto. Pois bem, essa postura diante do quadro de miséria revela o ódio inconcebível dos que apenas condenam os paupérrimos. Agora Lancelotti é ameaçado, por ser ardorosamente acolhedor de miseráveis. Quem abraça a proteção dos desvalidos já sabe que terá o ódio implacável dos soberbos. Assim acontece nesta realidade predatória onde a soberania do ouro se faz violência nos massacres contra nativos ou quilombolas que querem sobreviver. Por isso a revolta pela proibição dos tachões de cimento debaixo dos viadutos onde os humanos desprezados tentam se abrigar.
