OPINIÃO

Teclando - 30/08/2023

Nossas maravilhosas máquinas

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Nossas maravilhosas máquinas

Já não fazem mais automóveis como antigamente. Agora, produzem confortáveis naves superequipadas que flutuam sobre pneus. Homens e máquinas, criador e criaturas nos permitem maravilhosos paralelos. Peço permissão aos amigos Rogério e Roberson Azambuja para meter o meu dedo nas entranhas do antigomobilismo. Hoje até carrinho de mão sai de fábrica com ar-condicionado, conforto que chegou aos automóveis brasileiros somente em 1967 no Willys Itamaraty. No mesmo ano, num trampolim de sofisticação o Galaxie trouxe a leveza da direção hidráulica e, dois anos depois, apresentou o câmbio automático.

Até então, pouquíssimos carros importados hidramáticos não exigiam a troca manual de marchas. Ao abrirmos o capô saltam fantásticas evoluções. O saudoso carburador foi substituído pela injeção direta. É o equivalente a troca de uma colher de sopa pelo soro na veia. A faísca vinha do velho distribuidor, sistema que tem como astro principal o platinado. Era uma maravilha, caso não molhasse! Em substituição veio a ignição eletrônica, que lembra o isqueiro em relação ao fósforo.

O insaciável avanço dos carrinhos permitiu até mesmo alguma forma de diversidade evolutiva. Bastaram uns goles de álcool e logo surgiu o carro Total Flex ou, com a liberação de novos impulsos, assumir a tendência pelo híbrido. O aprimoramento é mais evidente no interior dos veículos, que hoje dão um banho em tecnologia embarcada. Há 50 anos poucos carros tinham sequer um rádio. Logo ganharam toca-fitas, chegaram os CDs, as entradas USB e as telinhas multimídia. Astronaves com rodas, têm computador e orientação por satélite. Ora, para quem chupou gasolina na mangueirinha e empurrou o carro para funcionar, é difícil compreender que agora existam veículos sem motorista. Hoje, por mais simples que seja, o carro vem com ar-condicionado, direção elétrica, câmbio automático, airbag, controle de tração e outras correções computadorizadas.

Mas, afinal, por que será que amamos tanto os veículos antigos? Apenas por nostalgia ou um reconhecimento pelo que representaram em nossas vidas? Ah, antes que alguém me pergunte sobre o meu inesquecível Dodginho, lembro que as intimidades os cavalheiros guardam no porta-luvas da memória. Então, queimando combustível pelas estradas da vida, faço uma analogia cronológica e a conclusão é óbvia: os carros evoluíram bem mais do que os seres humanos.

Os lixos

Lixo é o que não falta por aí. Contêineres para lixo, também. Recentemente, foram distribuídas novas unidades dos indefectíveis recipientes. Os azuis são destinados para o depósito de lixo reciclável, enquanto os alaranjados recebem o lixo orgânico. Mas, como muita gente não tem noção do que é orgânico ou reciclável, os novos contêineres trazem uma espécie de tutorial. São adesivos didáticos, com explicações objetivas de quais resíduos devem ser depositados em cada recipiente. Aliás, agora está desenhado quem é quem.

Apesar de todas as orientações, ainda há um bando de mal-educados que não faz a devida e necessária separação do lixo. Insistem em colocar bagaço de cana-de-açúcar no contêiner azul, enquanto atiram latas, garrafas e plásticos no alaranjado. Burrice? Falta de informação? Não. É falta de civilidade, educação e preparo para a convivência social. Infelizmente, parece que está na hora de definir multas para penalizar essa conduta grotesca. 

Dinamismo exacerbado

A política é dinâmica. A vida pública está atrelada às ações políticas que, por sua vez, atende aos interesses da sociedade que a ampara. Teoricamente seria apenas isso. Mas na prática a turma foi distorcendo conceitos e entortando condutas. O dinamismo está muito além dos limites admissíveis. Aquele que ontem estava de um lado hoje pode aparecer em posição extrema. E, ao passar de mais alguns anos, seguir para uma terceira posição pseudo-ideológica. Até mesmo a famosa frase anarquista que veio do México mudou. “Se hay gobierno, soy a favor”, é a versão em vigor. Então, é muito dinamismo para meu gosto. Ou isso nem seria mais dinamismo. É puro oportunismo.

Mesa Um

Mesmo em dias frios, a semana começou movimentada na Mesa Um do Bar Oásis. E esta quarta-feira promete um excelente quórum.

Estouro III

Além de duas detonações devidamente preparadas, surge um terceiro escândalo que não ficará devendo em nada aos outros. Vejo fortes indícios no ar.

Trilha sonora

Tears For Fears - Everybody Wants To Rule The World


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