Lamentamos a morte do jurista, ex-ministro e valoroso defensor dos direitos humanos, José Gregori. Sua morte é o fato sempre doloroso a todos os seres humanos no nosso rumo inexorável. Ao mesmo tempo nos é permitido vivificar a memória de quem primou por uma existência dedicada, com brio e talento, à causa da justiça humana. Além de sua formação jurídica elevada, sua carreira de jurista renomado foi marcada por defesa intransigente de pessoas perseguidas durante o período de graves violações aos direitos humanos. Fez de sua capacidade intelectual, efetiva batalha de resistência à injustiça, especialmente no enfrentamento ao poder violento e arbitrário do período lúgubre da ditadura de 64. Falecido aos 92 anos, sua coragem cívica e apreço aos princípios fundamentais do direito à vida e liberdade, fica sua trajetória de um jurista capaz e fervoroso defensor da vida, dos direitos humanos.
Independência
Celebramos a Independência do estado brasileiro, proclamada por Dom Pedro I, em 1822. As circunstâncias históricas daqueles dias que levaram o imperador à proclamação, certamente compreendem informações e narrativas diversas. São situações ocorridas de uma época remota e de limitada memória, se compararmos aos meios de informação social do século 21. O fato é que a configuração nacional é contida num imenso território. A opressão exercida por Portugal agravou a grande chaga de nossa nacionalidade: a escravidão. Séculos e séculos da injustiça social e letargia diante da realidade criminosa, onde escravos negros e moradores nativos, índios, foram massacrados impiedosamente para o proveito de usurpadores do corpo e da alma. A indignação justa tardou, mas o clamor libertário veio como primeiro vagido de um Brasil que queria ser livre. Se a proclamação da Independência veio em 1822, a abolição da escravatura só ocorreu em 1888. O tempo do terror contra os filhos da nova nação que queria nascer, foi demasiadamente demorado. As instituições que hoje prestigiamos, fraquejaram durante dias, meses e séculos. A própria religião foi cooptada na traição cruel ao desejo pátrio de liberdade. O estado e os poderosos da época, os mesmo que alegavam opressão das potências mundiais, mantinham o pé na garganta do pobre trabalhador. Muitos não sobreviveram. Aí é importante percebermos a importância da democracia. A relevância de serem ouvidos os brados e gemidos do povo. E hoje já começamos a imaginar a vida em plena democracia. A luta continua.
Hino Brasileiro
Aprendemos que honrar e cantar o Hino Nacional é forma de expressarmos amor e valores de nossa pátria mãe. Afinal é aqui que vivemos, nutrimos nosso corpo, aspiramos oportunidade de vida, falando a mesma língua. Observamos que a arte e cultura de linguagem aparecem na letra do nosso hino. O texto de Osório Duque de Estrada recebeu a versão de Mendes de Aguiar na língua latina. E a versão começa dizendo “Audierunt Ypirangae ripe placidae/ heroicae gentis validum clamorem (ouviram do Ipiranga...). Lembro essa peculiaridade aparentemente vã, para chamar atenção sobre as múltiplas influências linguísticas do Brasil. Havia redutos em que a arte e linguagem formava-se e propiciava a comunicação comunitária. Mesmo assim, a influência bélica foi a mais forte na exclusão.
Sudbrack
Registramos o falecimento do radialista Valdir Sudbrack, aos 83 anos. Ele foi gerente da então Rádio Passo Fundo, nos anos 80. Além de sua voz tonitruante, Valdir mantinha elevado nível cultural. Foi liderança, exemplo de amizade e retidão, atuando na produção qualificada de emissoras de rádio. Aos familiares e amigos nossa solidariedade.
Show italiano
Já falamos aqui, mas é preciso registrar o estrondoso sucesso que foi a apresentação do coral Ricordi D’Italia, sábado, no teatro Múcio de Castro. Apresentação de gala, com as mais belas melodias italianas. Frisando que o Ricordi é mantido pelo talento e coragem dos próprios componentes. Espetáculo cultural à altura de Passo Fundo.