Cidadão de bem
Na madrugada de sexta-feira, uma enorme caminhonete mal posicionada na zona azul ocupou duas vagas de estacionamento e permaneceu no mesmo local até a noite. Havia um cartão de idoso sobre o painel, mas o motorista ainda tinha resquícios das fraldas. Portanto, acumulou infrações pelo uso de dois espaços, não houve rotatividade, não pagou o estacionamento e utilizou indevidamente o cartão de seus pais ou avós. O prepotente, certamente autointitulado ‘cidadão de bem’, deve se considerar muito esperto e falar que isso não dá nada.
Assim é a arrogância que brota da ignorância. Antigamente, esse indivíduo seria rotulado como malandro à pilha. Essa falsa malandragem, que já foi escorada pela esfarrapada má-imagem do jeitinho brasileiro, há muito foi soterrada pela vergonha na cara. Lembram-se da famigerada Lei de Gérson (nada a ver com o nosso editor!)? Pois bem, a inadequada doutrina surgiu em um comercial de cigarros com a expressão “o importante é levar vantagem em tudo, certo?”. Essa vantagem é, de fato, uma indução ao oportunismo que conduz à grosseria e desobediência.
Pior ainda é que os maus exemplos são os mais seguidos, especialmente nesses tempos em que as redes sociais fulminaram com o bom senso. Então, o pseudo cidadão de bem pega o celular e espalha sobre sua odisseia ilegal e imoral. Aí a galerinha, já com neurônios debilitados, repassa e ainda acrescenta elogios. Assim, o infrator vira ídolo e surge a indução à criminalidade. Cidadãos de bem? Não. Isso é conduta de delinquentes! Há, inegavelmente, uma deficiência na formação dessa turma. Tudo passa pela falta de berço, pouco estudo e, especialmente, carência de bons exemplos.
Água com açúcar
Falta pouco menos de um ano para as eleições municipais, programadas para 06 de outubro de 2024. Se fosse lá pelos anos 1970, no bipartidarismo da ditadura, já saberíamos os nomes de todos os candidatos a prefeito e vice. No andar da carroça do pluripartidarismo fica mais difícil as melancias se ajustarem. Somem-se a isso as incertezas geradas pelas trocas de legendas e inimagináveis coligações. Assim, hoje é uma ousadia falar em nomes para montar o quadro das candidaturas majoritárias. E, na proporcional, então, a enorme nominata de candidatos a vereador até pode beirar à ficção. Mas, até lá, ainda teremos mais travessuras do El Niño, Papai Noel, Rei Momo, Coelhinho da Páscoa e muitas surpresas. Então, água com açúcar para controlar a ansiedade.
República dos Coqueiros
Considero a obra máxima do cotidiano passo-fundense o livro “República dos Coqueiros”, de Argeu Santarém. No lançamento, em 1984, meu exemplar recebeu uma impublicável dedicatória do saudoso amigo. Mas, assim como tantas outras reminiscências, o livro “foi desaparecido” da nossa casa em Erechim. Agora, através de compra online, consegui adquirir uma surrada peça do República. O conteúdo, de grande importância para a própria história de Passo Fundo, terá sempre muita utilidade. Mas a falta daquela dedicatória do Santa é irreparável!
Buracos centralizados
Os efeitos do El Niño também atingiram as calçadas de Passo Fundo. Após tanta chuva, há pontos onde o terreno cedeu ou solapou soltando as lajotas do passeio público. Os estragos foram em pontos movimentados da área central, como na Brasil, Moron etc. Ora, pelo que bem sabemos, a chuvarada não tem como domar. Já as calçadas, pelo que muito bem sabemos, podem ser consertadas. Então, não compreendo por que permanecem tantos dias com enormes crateras e pedras soltas? Os responsáveis, certamente os proprietários dos imóveis, já deveriam ter resolvido o problema. Ou será que estão aguardando pelas necessárias multas?
A invasão dos panetones
Faltam ainda 74 dias para o Natal. Mas os panetones já invadiram gôndolas e corredores dos supermercados. Deliciosos, com variedades de sabores e opções de preço, os panetones são consumidos durante todo o ano. Mas lá por dezembro transformam-se em donos da festa. Saem de cena apenas por um tempinho, quando os ovos de chocolate ficam raspando em nossas cabeças. E depois ainda dizem que a vida não é uma doçura.
Padre Kelmon
Apenas por curiosidade, que fim levou o badalado Padre Kelmon?
Estouros
De três estopins previstos um já foi aceso.
Trilha sonora
De Antônio Carlos e Jocafi, Maria Creuza – Você Abusou