OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Quero manifestar o meu apoio absoluto aos israelenses e à comunidade judaica internacional, aos familiares dos gaúchos que perderam os seus parentes em um atentado terrorista, cujas imagens chocaram o mundo (ou parte dele). Enquanto essa coluna é fechada (dia 11/10), transcorre em Israel e região, os efeitos do ataque terrorista perpetrado pelo Hamas, que já soma mais de 1,2 mil vítimas israelenses. O que vimos em Israel foi um ataque terrorista em uma ação sem precedentes na história e que certamente vai impactar o futuro do Oriente Médio e da geopolítica mundial. Desde 1947, com o plano de partilha das Nações Unidas, Israel sofre ameaças e se defende constantemente de violência dirigida: assim foi em 1948, quando árabes não aceitaram o plano da ONU; em 1967 com a Guerra dos Seis Dias e 1973 com a guerra do Yom Kippur. Israel nunca propositou uma guerra, vivendo em estado de sobrevivência desde então, com toda a sorte de ameaças e violências externas. O que se desenha no atual contexto é uma guerra por procuração a partir do Irã, juntamente com potenciais interesses de países autocráticos – que estão criando um eixo de contestação da ordem vigente, cujo objetivo é o de desestabilizar o Oriente Médio, a ideia de democracia e os valores ocidentais, a partir de Israel. Usam o Hamas como meio, podendo ainda emergir o grupo terrorista Hezbollah, em uma nova frente no Norte. Ainda é cedo para se falar na possível entrada de outros países no conflito, contudo ela não pode ser descartada. A cada dia, uma nova conjuntura vai se apresentar, mudando drasticamente o tabuleiro geopolítico.


 

Prioridades 

As prioridades de Israel nestes últimos dias são: 1) blindar o seu território contra novas ameaças; 2) eliminar os terroristas infiltrados que ainda estão no território israelense; 3) recuperar os seus nacionais sequestrados covardemente pelo Hamas; 4) debilitar o grupo terrorista e suas instalações. A pressão sobre o grupo terrorista será muito forte, a fim de que possa dissuadi-los para que entreguem os reféns israelenses.

 

Incursão aérea e terrestre 

A primeira medida tomada prontamente pelas Forças regulares de Israel foram os bombardeamentos em mais de mil alvos de infraestrutura do grupo terrorista Hamas. A possível incursão terrestre terá como desafio uma guerra assimétrica e a tática terrorista de usar civis israelenses como escudo e moeda de troca. Necessitam, portanto, de uma abordagem com muita inteligência e estratégia, ao mesmo tempo que cada minuto é precioso. Ainda é incerto quantas frentes terá essa guerra.

 

Riscos mundiais 

O risco global prioritário serão as ameaças e ataques terroristas contra a comunidade judaica, no mundo, ainda mais se levarmos em conta o grande número de radicais que protestam a favor do Hamas, um verdadeiro absurdo. Os efeitos econômicos da guerra já podem ser percebidos com as alterações no preço do petróleo e até mesmo na dinâmica de grãos, uma vez que Israel é um importador relevante. Neste ano, Passo Fundo foi o município do RS que mais exportou para Israel (soja).

 

Brasil 

No contexto brasileiro, a primeira nota emitida pelo Itamaraty não mencionava o nome do grupo terrorista Hamas, diferenciando-se dos países que condenaram efusivamente os ataques. Também estamos observando uma grande porção de pessoas que estão relativizando o que aconteceu em solo israelense, o que é gravíssimo. 


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