Está deflagrada a carnificina real e nevrálgica no planeta. Muito pior do que a disputa de guerrilha por interesses ditos relevantes, a fome de sangue fala mais alto, toldando o céu e a terra de ódio fundamentalista. É tudo mais que injusto e cruel. A provocação da catástrofe humanitária, pelo grupo Hamas, ao invadir Israel é sentida coletivamente por toda a humanidade. A resposta de Israel aos ataques contra sua população excede eventual revide ponderável pela tolerância à guerra. Agora ressurge tudo o que há de pior no ser humano. O império do ódio com a violência que atinge indefesos, crianças, velhos e doentes, na faixa de Gaza. O extermínio generalizado extrapola convenções globais no revide que parece não se importar com os semelhantes métodos de horrores de inimigos. O descalabro do estado de guerra de Israel com reforço dos USA e outras potências piora o potencial de ódio contra aliados árabes. O povo palestino é a primeira vítima. E já não adianta afirmar que o terrorismo de Hamas não representa sua gente. Aquela gente que habita a faixa de Gaza está sem comida, sem teto para abrigar-se, sem luz e sem água. O prazo para remoção de doentes já se esgotou. As crianças, mulheres e a velhos não podem ser removidos; impossível a retirada das salas de atendimento intensivo. E logo tudo será nada na fumaça do bombardeio. As duas partes alegam evidentes violações, mas nada mais se justifica para tanto horror. De ambos os lados pacíficos cidadãos são mortos.
Heróis sem nome
As cenas da devastação pelos bombardeios são o tormento de mães, filhos, avós, amigos e conhecidos pelo mundo inteiro. Em todas as nações a dor e o medo se espalha. Parentes e amigos desaparecidos geram desespero. As imagens dos funerais assombram. Médicos, socorristas e civis voluntariosos tentam ajudar. O heroísmo se excede, enfrenta o perigo e muitos morrem tentando salvar vidas da fúria insana. Não se fala em conotações políticas, esquerda ou direita. O pior da existência acontece. É demais a violação contra a vida.
Corredor humanitário
Cada minuto está mais difícil a quem pretende fugir das balas ou bombas. E falamos em pessoas que trabalham nas áreas de conflito ou estão em permanência temporária por lá. Enfim os brasileiros que querem voltar pra casa. Já foram vários voos na incursão aérea do governo para resgatar pessoas. Mas, a cada instante, maior é a dificuldade para o acesso do resgate no portão de Rafah, no Egito, para possibilitar o transporte aéreo determinado pelo presidente Lula. É tão grande a tensão na zona de guerra e nas fronteiras que o corredor humanitário, para salvar famílias brasileiras e outras nações, é cada vez mais difícil.
Escravidão
O sistema oligárquico está no poder bélico e financeiro das nações poderosas que potencializam a manobra dos povos considerados secundários. O interesse preponderante é sempre e hegemonia econômica. A força naval e aérea dos Estados Unidos que cerca a região de conflito no Oriente médio, não é a tecnologia dita cirúrgica para conter ou eliminar o Hamas, com alardeada precisão. Eles chegam para dizer quem manda. A cisão entre povos parentes que se odeiam há séculos é de dividir para comandar. “dividit et imperat”, diziam os romanos em relação a forças inimigas. Sim, “divide e governarás”. Isso aconteceu nos trezentos anos de escravidão no Brasil. A divisão odiosa entre cidadãos livres e a multidão de escravos. As gerações de brancos que concentraram riquezas graças ao trabalho escravo que deram seu talento, força e a própria vida. As famílias escravizadas suportaram séculos de lutas de resistência, com seus heróis dignos e ultrajados. Hoje vemos uma geração de índios e negros em plena jornada de libertação plena, expressando força conquistada, ainda defendendo-se de rescaldo cultural discriminatório, mas fazendo valer a justiça social. Já podemos dizer que caminhamos rumo ao ideal de igualdade, pacificamente. Democraticamente.