OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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A cada dia que passa, Israel tem de lidar com problemáticas que se somam. O tempo passa e os reféns continuam nas mãos dos terroristas do Hamas, sem previsão de retornarem às suas casas, entre eles crianças e mulheres, isso se ainda restam vivos. Os ataques aéreos contra a infraestrutura do Hamas prosseguem e a incursão terrestre é iminente. Até o fechamento desta coluna, são dois os motivos que ainda impedem o avanço terrestre: 1) a dificuldade em criar uma estratégia que consiga lidar com uma guerra assimétrica, em terreno urbano e densamente povoado, buscando-se evitar qualquer dano aos civis, que em grande parte se deslocam para área relativamente mais segura; e 2) a incógnita se o Hezbollah tornar-se-á mais uma ameaça concreta ao território israelense, fazendo com que a guerra tenha duas frentes e até mesmo o nível da reação internacional, uma vez que podemos observar ataques terroristas pelo mundo, criando um risco geopolítico complexo de lidar, e que pode aumentar conforme os novos movimentos de Israel. Assim, a complexa e custosa logística militar se soma com a extensão dos riscos geopolíticos em escala mundial. De outro lado, há o aspecto humanitário e o risco de crise migratória sem precedentes, com o agravante de que os países árabes não querem abrir as suas portas aos palestinos. Os militares americanos são prova de quão difícil são as incursões terrestres em meio a um cenário assimétrico, se pegarmos como exemplo o Iraque e até mesmo o Afeganistão. Eles tentam aconselhar Israel de que talvez operações mais pontuais, somadas com o suporte aéreo sejam mais eficientes e menos arriscadas, no momento. Uma invasão de larga escala demandará a atenção dos militares de prédio em prédio e de rua em rua, sem contar os quase 500 km de túneis subterrâneos dos terroristas do Hamas, tudo isso em meio aos civis. Também não parece haver um plano claro do que se fazer após eliminar por completo o Hamas. A questão é que todos os cenários, envolvam ou não a incursão terrestre, já são absolutamente desafiadores para Israel, que está cercado por ataques diretos e indiretos, de todos os lados.

 

Sem consensos 

Enquanto isso, segue o impasse no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Não há qualquer possibilidade de consenso nas resoluções apresentadas, principalmente pela própria arquitetura da organização, que historicamente deu o poder de veto aos membros permanentes e, entre eles, a Rússia e a China. Ao mesmo tempo em que empreende a sua guerra absolutamente irregular na Ucrânia, Putin se diz preocupado com as “questões humanitárias”, mesmo sendo um criminoso de guerra para o Tribunal Penal Internacional. Os interesses no cenário atual, de desestabilização profunda da posição ocidental no Oriente Médio (tal como Israel representa), são difusos e atendem a uma agenda de contestação autocrática do status quo vigente.

 

O terrorismo se articula 

A imprensa noticiou um encontro entre líderes do Hezbollah, do Hamas e da jihad islâmica, que por procuração atendem aos interesses do Irã. A intensificação de novas ações terroristas torna-se preocupante, ainda mais pelo fato de os terroristas do Hezbollah possuírem uma capacidade militar muito além do Hamas. Também suscitam os terroristas espalhados pelo mundo. 

 

  

 

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