OPINIÃO

Os povos querem viver

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Houve momento, na transmissão pela TV, entre imagens sinistras de pessoas fugindo dos bombardeios, algumas com corpos em chama, que revelam a mais verdadeira dor humana. Uma mãe, com filho bebê nos braços, envolto em um pano branco, que não queria entregar o recém falecido. Criança de poucos meses que carregava no colo pela última vez. Todos, pais, amigos, vizinhos e até estranhos, choramos a triste perda tão brutal sob estilhaços de granada. O eterno desvelo de uma mãe que perde um filho, nestas circunstâncias, é indescritível, tal como só as mães sofrem e ninguém exprime. Na região do conflito de Gaza, mais do que em outros campos de batalha, até os gemidos esmorecem, sem água, sem luz, sem gás e sem comida. Além disso, milhares de famílias, especialmente crianças, mulheres e idosos, obrigados a abandonarem suas casas, ainda adiam a morte agrupando-se em tendas e barracas em locais supostamente menos perigoso. Mas a dor materna na perda de filhos em bombardeio sem razão é inigualável. Por isso, Vergílio exclamava: “bella matribus detestata” (as guerras são detestadas pelas mães).

 

Os meios

A agressão brutal do grupo Hamas contra Israel é de toda condenável, com morte da população de Telavive sequestro indiscriminado, de idosos e crianças. E mais, não é a matança que representa a indignação palestina contra as formas de opressão e bloqueios impostos por Israel. Hamas é terrorismo. Logicamente cabe o direito e dever de defesa do povo judeu aos ataques injustos. O que se põe em análise, agora é o que se chama de uso moderado dos meios defensivos. Estes já ultrapassaram a reação que se possa dizer moderada. A essas alturas, as forças de Israel já excederam o ponderável, se é que se possa falar em guerra e ponderação. Hamas e Israel praticam o extermínio indiscriminado. Nem são os terroristas ou soldados, é o povo humilde sofrendo franco extermínio étnico.

Tentativas

Pelo critério de rotatividade, o Brasil presidirá nesta semana mais uma reunião do Conselho de Segurança na ONU. O próximo período será presidido pela China. E foram quatro tentativas do Brasil, presidindo proposta frustrada de resolução para pacificação. Encaminha a quinta proposta tentando acordo que é rechaçado pelos Estados Unidos.

Irã na mira

Os USA estão com o Irã ainda engasgado na garganta. Não só por que iranianos apoiam o Hamas. É também pelo potencial chamado petróleo e o potencial bélico. Navio de guerra norte-americano ronda os mares do Oriente médio.

 

Cinismo

O império dos Estados Unidos exibe com facilidade seu poderio bélico. Falta, agora, exercer esse poder pela paz, mesmo   que esta não seja propícia ao mercado de armamentos.

 

Milícias em tiranias

O sistema de submissão criminosa nas comunidades mais carentes ou em favelas, as milícias, remonta do poder exercido durante séculos de escravidão no Brasil pelos senhores dos engenhos e outros dominadores. São as tiranias das milícias que sufocam as comunidades, usando a força criminosa.

 

Nazistas

Eles estão espalhados por todos os países. Normalmente os adeptos do nazismo vinculam-se ao fundamentalismo de extrema direita, são misóginos e, não raro com graves traços por desvio de caráter. Os atentados a escolas, que se agravam no país apontam para coincidências relativas ao nazismo, bem mais do que sequelas de bullying. E andam por perto, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

 

Velhas árvores

Olavo Bilac nos deixa inteligente olhar para as pessoas mais velhas: “Olha estas velhas árvores/ mais belas do que as árvores moças, mais amigas/ tanto mais belas quanto mais antigas/ vencedoras das idades e das procelas...Não choremos, amigo, a mocidade!/ envelheçamos rindo! Envelheçamos / como as árvores fortes envelhecem...”  

 

 

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