Observamos um dos capítulos mais bárbaros da história, que mais vitimou judeus fora o Holocausto. Em cenas até então impensadas, diariamente se reporta, em nível global, o antissemitismo. Vemos as residências de judeus sendo “marcadas” com a Estrela de David e a história se repete... Radicais e terroristas manifestam o seu antissemitismo diariamente. Ataques terroristas retornam à agenda internacional. Revoltas e perturbações emergem em muitos países, em um sinal claro de que a barbárie tenta se sobrepor à civilização, colocando-nos uma questão irremediável: os inimigos de Israel também são inimigos da civilização, do Ocidente e da democracia. Muitos estão a tentar disfarçar essa realidade. Também ressurge o antissemitismo tácito. Jornalistas usam o Hamas como fonte e assim vai. Dessa forma, torna-se necessário trazermos algumas questões que entendemos por fundamentais nesse contexto todo.
A soberania de Israel também é a sua sobrevivência
A primeira delas se refere à soberania israelense. Há de se fazer uma distinção do contexto clássico em que a soberania nacional está inserida. Aí, ela é entendida como o “direito de governar” e como a persecução de interesses nacionais, lastreados pelos elementos constitutivos de um Estado: povo, território, a própria soberania e o reconhecimento internacional (na doutrina hodierna). O contexto israelense é distinto. A soberania de Israel também é a defesa de sua própria sobrevivência. Desde 1948 (e milenarmente antes disso) tem sido assim: ameaças externas à ideia do Estado de Israel levam a guerras não propositadas por ele.
Os inimigos de Israel não são inimigos só de Israel
Muitos não querem enxergar isso, ou por ignorância, ou por má fé. Os inimigos de Israel são os mesmos inimigos do Ocidente. A desestabilização em curso no Oriente Médio é provocada pelo Irã, com interesses cruzados e não manifestos de outras autocracias. Essas autocracias estão a criar um eixo de contestação ao modelo de ordem vigente. O Hamas pressionou o gatilho da incompatibilidade da barbárie com a civilização. Não há solução de dois Estados, enquanto os bárbaros pregarem a destruição de Israel.
“Tragédias humanitárias” devem ser computadas ao Hamas
Não se negocia com terroristas! O cessar-fogo da ONU serviria apenas para dar tempo ao Hamas. A guerra é assimétrica, isso quer dizer, de um lado forças regulares e de outro terroristas, que usam os civis como escudo, se locomovem por ambulâncias e se escondem abaixo dos hospitais. Cumpre lembrar o que dispõe o Artigo 19 da IV Convenção de Genebra: “a proteção concedida aos hospitais civis não poderá cessar, a não ser que os mesmos sejam utilizados para cometer, fora dos seus deveres humanitários, atos prejudiciais ao inimigo”. Além disso, não se deve levar à sério informações de terroristas, pois, quem as leva, os legitima.
As questões migratórias decorrentes
Israel notificou os civis palestinos, por dias, para que se deslocassem a um checkpoint seguro. Quem os impediu foi o Hamas. Enquanto “especialistas” especulam sobre futuras crises migratórias dos palestinos (e elas devem ser computadas ao Hamas), se calam sobre o fato de Irã e Paquistão estarem a enviar quase 7 milhões de afegãos, literalmente, à revanche do Talibã.