OPINIÃO

Teclando - 22/11/2023

O vizinho

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O vizinho

A convivência entre vizinhos perambula entre o amor e o ódio. Vai dos favores à inveja. Isso, obviamente, de maneira recíproca. Essa relação pode ser cômica ou até trágica, pois balança entre a fraternidade e a baixaria. Em certos momentos o vizinho é um amigo, mas basta uma fagulha para virar inimigo. A vida entre eles é separada fisicamente por uma cerca ou um muro, cujo posicionamento também gera discórdias. Além de barreira física, ainda é um divisor entre “nós” e “eles”. E são exatamente esses pronomes pessoais que ditam as relações e as condutas entre os vizinhos.

Se observarmos um pouco, logo saberemos que as conversas entre os moradores próximos são pautadas pela vaidade e pela inveja. São esses os substantivos femininos que agitam a convivência entre a turma. A vaidade chega embrulhada pelo papel do orgulho, fechada com a fitinha daquele indisfarçável sorriso no cantinho dos lábios. Pronto! Agora começa a inveja no outro lado do muro. E a inveja atiça a imitação. Se o vizinho trocar de carro, a mulher do outro começa colocar defeitos no carro da família. Se a vizinha desfilar com uma sombrinha nova, coitado do marido da outra se não comprar uma sombrinha ainda mais bonita.

Entre altos e baixos, tapas e beijos, sinceridades e falsidades, a vida segue na vizinhança. Os vizinhos estão permanentemente um olhando o rabo do outro. Não sei se é por falta de discernimento ou pela soberba, mas alguns não aprendem com os erros dos seus vizinhos. Ainda bem que nas adversidades as invejas ficam de lado, pois nas horas ruins os vizinhos mantêm fortalecida a solidariedade.

Barulhentas e perigosas I

Bicicletas e similares circulam por aí com motores elétricos. Apesar de dividirem espaço com pedestres nas calçadas, são silenciosas. O que me deixa encucado são as bicicletas com motores a combustão. Atualmente, estão no topo do ranking da poluição sonora. Ao que parece, utilizam motores de dois tempos e infestam o ar com óleo queimado. Pelo pouco que conheço, exigem uma espécie de habilitação para o condutor e uma licença para o veículo. Isso, obviamente, acredito que venha sendo fiscalizado. Porém, além dessas legalidades burocráticas, as bicicletas dotadas de barulhentos propulsores circulam com perfil de outras ilegalidades. Isso começa pelo sistema de escapamento ou ausência do dispositivo.

Barulhentas e perigosas II

Produzem um barulhão infernal, que é multiplicado por três, quatro, cinco ou seis, pois nas madrugadas eles andam em bandos. Acredito que nem 10% utilize capacete. Noite dessas, três desses malandros a dois tempos deram umas bandas pela avenida. Nenhuma das bicis (uns chamam de bikes) tinha algum indicativo luminoso. Os bicicleteiros também não utilizavam capacete ou roupa com reflexivos, mas ultrapassavam pela direita. Ora, e se causassem um acidente? Seriam responsabilizados? Ou a culpa seria do motorista devidamente habilitado que conduzia um veículo bem sinalizado? Antes que isso aconteça, seria muito providencial uma contundente ação fiscalizatória. Inclusive, quando for o caso, com a retirada de circulação das barulhentas e perigosas maquininhas.

Liberações

Liberações, liberdades e libertinagens se confundem. Uns querem a liberação das armas, outros da maconha, aborto etc. Já o Brizola foi parar no exílio porque pregava a liberação dos livros nas escolas públicas.

Cartão mágico

Aquela mesma caminhonete, quase todos os dias, ocupa vagas na área azul ou no espaço para carga e descarga. Fica muitas horas no mesmo local tendo como “credencial” um cartão de idoso. Mas o motorista é jovem! E aí, como é que fica?

Bomba

Nossa, não é pouca coisa! Pólvora? Ou seria nitroglicerina? Não. É trinitrotolueno. Sim, TNT puro e da melhor procedência.

Centenário

Faltam 575 dias.

Trilha sonora

Através do projeto The Beatles Anthology, a tecnologia permitiu a conclusão da última gravação de John, Paul, George e Ringo. The Beatles - Now And Then

 

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