OPINIÃO

Bombas do advento

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O ano litúrgico católico, assimilado pela civilização de quase todo o planeta, guarda o significado da celebração do Natal, como nascimento de Cristo. Nesta semana inicia-se o advento, que são 40 dias de espera para que chamamos Natal. Mas, vejam só a triste coincidência. Numa dessas noites de violência, Maria foi avisada de que deveria fugir para o Egito. Ela carregava no ventre uma criatura anunciada como Jesus Cristo. Não havia bombardeio naquela época, mas o ódio já existia. Herodes temia a vinda de um rei, Jesus Cristo. Por isso mandou decapitar as crianças pequeninas, meninos. E não havia tanques de guerra, bombardeiros ou fuzis, mas a força do ódio de matar, com a espada. E o aviso que José, o marido de Maria, recebeu foi dramático, tal qual é hoje, num lampejo do cessar fogo efêmero. “Surge, et accipe puerum et matrem ejus” (levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito). Este momento dramático foi há dois mil anos. Mas o que está acontecendo no Oriente Médio, nos caminhos da judéia, no portal de Rafah? Ah! Não são espadas de Herodes, agora são bombas, estilhaços que mutilam, gases que queimam meninos e meninas. Difícil para a mente humana assimilar a guerra, quando as vítimas são, na maioria, os inocentes. Será, minha querida humanidade, que teremos mais dois mil anos de ódio absurdo? Este mesmo solo parece cada vez mais sequioso de sangue!

 

Missionários da igualdade

Estamos observando ações virtuosas entre lideranças. Referimo-nos ao fomento destinado às conquistas de igualdade entre segmentos sociais, apesar de tantos dos constantes desenganos históricos. O estudioso e competente comunicador Ipácio Carolino, tem uma longa história de conhecimento social aliado à liderança no saber sobre a religiosidade afro. Sua trajetória de vida, além da excelência na comunicação como locutor profissional, permitiu-lhe capacitação na missão de curadoria comunitária. Entre aspectos importantes que aborda nos meios de comunicação eletrônica, destaca-se pela clareza na instigação da valorização via diversidade racial. Tem estimulado a valorização da cultura negra indicando pessoas que se identificam com exitosa participação comunitária. E nos faz ver que são muitos os valores de pessoas e movimentos culturais, científicos, sociológicos ou artísticos, que obrigatoriamente devem ser mencionados na formação de uma sociedade de cooperação. E Ipácio nos faz ver que há enorme força, na necessária vertente de fertilidade. O reconhecimento de valores da cultura negra não é nenhum favor, e logo vemos que se trata de justiça do reconhecimento. Ipácio Carolino alia suas habilidades de comunicador à credibilidade pelo conhecimento. Estudioso e irredutível no conceito igualitário, não aceita discriminação, ainda que velada, e estimula superação de dificuldades através do conhecimento e do afeto. Na verdade, é exemplo para uma geração toda, de que avanços da igualdade libertadora são necessários para todos nós. Aliás, foi J. Hernandez que resumiu melhor o valor das pessoas, sem distinção de cor: “Dios hizo al blanco y al negro/sin declarar nos mejores;/ les mandó iguales dolores / bajo de una mesma cruz;/ mas tambíen hizo la luz/ pa distinguir los colores”.

 

Vacinas

Especialistas em saúde pública insistem na propagação da vacina tríplice (difteria, tétano e coqueluche). Retorno à vacinação em massa significa reduzir a vulnerabilidade a outras doenças. De 2019 a 2021, um milhão e meio de crianças não receberam a vacina e 700 mil não receberam a complementação. Negacionismo na saúde, contra a ciência, nunca mais!

 

Xenofobia

É expressiva a presença de brasileiros que se mudam para Portugal ou lá permanecem temporariamente. Em razão das convenções entre os dois países e por ser a mesma língua portuguesa, os brasileiros sentiam-se mais acolhidos, por lá. Parece que já não é a mesma coisa. Acusam os brasileiros de concorrentes no mercado de trabalho. Ora, ora...Pois, pois!!!

 

 

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