OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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No momento em que esta coluna é escrita, mísseis vindos da Rússia atingem Kiev, a capital da Ucrânia, com grande número de feridos. O conflito entre os países tornou-se o que chamamos de uma guerra de atrito, quando a batalha se estende por tempo indeterminado (já são quase dois anos), em um cenário altamente desgastante, sem previsão de acordos de paz e com a remota possibilidade de um dos lados estabelecer-se como vitorioso. Enquanto isso, Zelensky segue na sua jornada internacional para buscar apoio. Desde a votação do orçamento americano em outubro deste ano, surgia uma forte discussão no legislativo em relação aos pacotes de apoio para Kiev, com muitos parlamentares resistentes. Na última coletiva de Zelensky com o presidente americano Joe Biden, houve sinalização negativa de Washington, uma vez que Biden afirmou que a ajuda com armas e equipamentos seguiriam “enquanto pudesse”. O sinal é importante e reflete a resistência do Capitólio, que segue pessimista para que nova ajuda seja alcançada ainda este ano. Em grande parte, quem se beneficia desta conjuntura é a Rússia, que aposta na divisão entre os legisladores americanos, para reduzir o apoio a Zelensky. O presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Mike Johnson, chegou a afirmar que somente aprovaria um novo pacote à Ucrânia, se os democratas cedessem em questões que envolvem políticas de fronteira e imigração. Outra resistência para novos pacotes de ajuda à Ucrânia está diretamente vinculada com a relativa estagnação da contraofensiva de Zelensky. Para algumas autoridades em Washington, parece ser improvável avanços significativos nos próximos meses. Não bastasse isso, Biden começa a sofrer um grande desgaste interno, já que o Congresso americano aprovou a abertura de um processo de impeachment, questão que poderá dificultar ainda mais a pressão do presidente americano pela aprovação de novos pacotes de ajuda.

 

O soviético Putin 

Se do lado ucraniano, a redução do apoio financeiro e militar traz preocupações, do outro, a Rússia também enfrenta problemas significativos. Desde o início da guerra, as estratégias do autocrata Putin fracassaram, sem qualquer avanço significativo no campo de batalha. Algumas fontes apontam, que a Rússia teria perdido, desde o início da invasão ilegal, mais de 80% de suas tropas terrestres e a maioria de seus tanques. Também há visível problema com os seus estoques de armamentos, fazendo com que Putin apele ao uso de arsenais dos tempos soviéticos.

 

Europeus 

Se do lado americano há resistências em relação aos pacotes de ajuda à Ucrânia, os líderes europeus, por seu turno, têm indicado o seu apoio para que Kiev adentre ao bloco europeu. Os europeus têm defendido a manutenção das ajudas militares enquanto forem necessárias. A discussão entre os eurodeputados é que as negociações para a entrada da Ucrânia no bloco europeu sejam céleres, juntamente com a Moldávia e a Bósnia. Ainda há requisitos que não foram preenchidos. O bloco segue impondo as sanções econômicas contra a Rússia, enquanto tenta se adaptar ao novo cenário energético. O cenário da guerra é completamente incerto e, por ser uma batalha de atrito, ainda dependerá de muitos recursos, para que a Ucrânia possa continuar resistindo à Rússia. Enquanto isso, novos conflitos trazem ainda mais desafios à geopolítica global.

 

 

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