OPINIÃO

Teclando - 10/01/2024

Ridículos démodés

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Ridículos démodés

Não podemos confundir moda com modismos. A moda é arte, elegância e finesse adequada a cada estilo. Já o modismo é efêmero, mercantilista e vulgar. A moda é delineada pelo talento, como na alta costura de Adhemir. O modismo é aquela pecinha diferente que apareceu na novela e está na bagunçada vitrine da lojinha da esquina. Digo isso, pois também abracei os mais ridículos modismos. Revendo fotos da época com lente crítica, chego à conclusão de que éramos mais bagaceiras. Não? Ora, usávamos uma camisa aberta abaixo do umbigo e andávamos com os pelos do peito expostos.

Não faltava um cigarro no canto da boca ou, pior ainda, um selvagem palito entre os dentes. O charme era rolar o palitinho de um lado para o outro. Era o top da malandragem lá pelos anos 1970. As gurias até olhavam, mas com cara de nojo. Isso tudo em cima de um sapato mocassim branco sem meias ou, bem pior, com meias brancas. Não estou falando em verão ou praia. O sapato branco fazia sucesso na luz negra da boate até mesmo no inverno com neve. Ora, imaginem a dificuldade para caminhar com as calças boca-de-sino? Pareciam aquelas portas de vaivém se batendo. Não exigiam o mínimo esforço para sujar a enorme barra em forma de abajur.

Já as camisas Volta ao Mundo chegaram com muito marketing, alardeando um moderníssimo tecido sintético. Não era Red Bull, mas dava asas ao cidadão. E os cabelos, hein? Grudamos as melenas com o modismo ridículo do Gumex, o equivalente a uma colherada de pirão na cabeça. Mas, é bem verdade, os democráticos cabelos sempre cumpriram a função de termômetro comportamental. As melenas ao vento da liberdade ou as cabeleiras da rebeldia pós Woodstock, superaram modismos e resistem ao tempo. Ultrapassar a barreira do tempo é estilo. E estilo próprio nunca sai de moda. O problema é o modismo da falsa malandragem, que sufoca o bom gosto e faz do ser humano o mais ridículo ser da face da Terra. Especialmente nas redes sociais!

As dez mais

Falando em redes sociais, uma publicação do jornalista Juarez Fonseca me deixou com os cabelos em pé. O respeitado crítico musical gaúcho postou o Ranking Musical 2023, trabalho da Connectmix que monitora 24 horas por dia mais de 5.500 emissoras de rádio em todo Brasil. Entre as 10 mais, não encontrei nenhum artista que eu conheça. Nem música! A listinha tem quatro duplas, quatro cantoras e dois cantores de gêneros abaixo do duvidoso. Apenas porcaria. Vale a máxima do ‘quanto pior, melhor’. É aquela esfarrapada desculpa de que o mercado dita o produto. Pesquisas e, como diria o Brizola os ‘interésses’, são voltados para um bando de retardados ou idiotas. E é para essa corja que são dirigidas as músicas. A arte virou mercado. E não há mercado para o talento. Isso explica muitas insanidades que vemos e ouvimos por aí.

Óticas

Mais de 20 novas óticas abriram suas portas em Passo Fundo no ano passado. Isso, é claro, apenas na área central. Óticas novas, de grandes redes nacionais, filiais estaduais ou reginais. Já as tradicionais aqui de Passo Fundo, que conhecemos há décadas, sabemos os nomes na ponta da língua. Mas, cá entre nós, após essa invasão é muita ótica por metro quadrado. Acredito que já temos mais óticas em Passo Fundo do que imobiliárias em Balneário Camboriú e Itapema.

Calendário

Quem não chora, não mama. Pois bastou declarar aqui a minha paixão pelo calendário da Caixa que choveram boas respostas. Abílio Salinét Dias, que agora está na Caixa em São José (SC), já despachou alguns pelos Correios. Valdecir Sales, do marketing da Superintendência da Caixa em Passo Fundo, também providenciou e deve me entregar o magnífico calendário nas próximas horas. O legal é saber que a turma veste a camisa da Caixa. Ufa. Finalmente estarei bem orientado no tempo e no espaço. Muito obrigado!

Pastelaria

Continua insuportável o fedor gerado pela pastelaria aqui embaixo. Fritura, alho, cebola, tomate... É um completo mix de (maus) odores!

Centenário

Faltam 526 dias.

Trilha sonora

Um pout-pourri onde a mescla musical se encaixa em perfeita harmonia. Maria Creuza - Obsessão / Não Me Diga Adeus / Pois é / A Flor e o Espinho


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