OPINIÃO

Teclando - 17/01/2024

A ressureição dos vigaristas

Por
· 3 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

A ressureição dos vigaristas

 A má-conduta de alguns poucos ameaça a credibilidade de toda uma cidade. Mas, infelizmente, a vigarice não acaba. Há muito, já passou a época da falsa malandragem, da chiquita (cheque sem fundos), do infindável golpe do bilhete, das enganações e de outras maracutaias. Agora, há poucos meses, investidores vindos de fora foram acolhidos pelo abraço da leviandade. Contrataram empreiteira e engenheiro ou arquiteto para erguer seu negócio em grande e respeitável estabelecimento de Passo Fundo. Imbuídos pela boa atmosfera da cidade, anteciparam consideráveis valores para agilizar a obra. Então, empreiteira e engenheiro sumiram e ninguém sabe, ninguém viu. Os investidores caíram no golpe.

A imagem da cidade foi esfacelada, amassada e atirada ao lixo. Indiretamente, isso também provoca arranhões nos segmentos da construção e da engenharia, arquitetura etc. É péssimo para todos. Passo Fundo já foi vítima da negatividade, quando, lá pelos anos 1970, lhe impuseram a pecha de cidade de bandidos, criminosos e vigaristas. As estatísticas da época demonstravam o contrário, mas os slogans da depreciação irresponsável colocaram para baixo a cidade. Foi numa época em que a imprensa da capital acampava em Passo Fundo para garimpar notícias ruins. Tragédias, lendas e exageros que colocaram Passo Fundo em um patamar lastimável.

Essa maléfica baboseira acabou já há um bom tempo. Então, devemos vigiar as más-condutas para evitar que os superlativos da negatividade ressuscitem. Já os empreendedores que foram enganados pelos novos vigaristas, mesmo desapontados, irão retomar a obra. Que bom, pois a imagem positiva de uma comunidade está atrelada às boas-maneiras do povo que nela vive. Isso vale da mais triste penúria suburbana aos mais abastados recursos financeiros. Ou dos analfabetos remanescentes à intelectualidade enaltecida.

PAPI - I

Piada, fonte para trocadilhos, lenda, azar, macumba ou incompetência, os PAPIs do Aeroporto Lauro Kortz continuam em evidência. São aqueles conjuntos de luzes vermelhas e brancas que ficam ao lado esquerdo das cabeceiras da pista. São indicativos visuais do ângulo de aproximação para pouso. Até desconfio que essas luzes adoram os holofotes pois, desde o início das obras de reforma da pista, quando não deram dor de cabeça viraram notícia. O PAPI, que tem o pomposo nome Precision Approach Path Indicator, atrasou a reabertura do aeroporto e, na sequência, teve ‘panes’ sucessivas.

PAPI - II

Ao que parece, o conjunto da cabeceira 09 é um caso crônico de lâmpadas enfermas. Certamente, é o componente de aeródromo que mais aparece no NOTAM (Aviso aos Aeronavegantes). Nos últimos seis meses figurou de 14 de julho a 12 de outubro na condição de inoperante. Já no dia 16 de outubro surgiu outro NOTAM indicando que estaria fora de operação até 12 janeiro de 2024. Ontem, 16 de janeiro, retornou à página de avisos como inoperante até 05 de abril. Sintomático, parece que não resolveram ainda o probleminha. É muito azar ou, além dos fios, outros componentes estariam ‘encobertos’ no percurso entre o equipamento de controle e as singelas lâmpadas da cabeceira?

Infernais

As bicicletinhas motorizadas continuam infernizando pela cidade. Produzem mais ruido do que um avião a jato e andam em velocidade também a jato. Não utilizam capacete ou outra proteção e fazem um zigue-zague de malabarista nas ruas de Passo Fundo. Ora, são muitas irregularidades cumulativas e a sorte de não serem pegos por quem cuida do trânsito. Então, cabe uma perguntinha: caso algum veículo tocar numa dessas barulhentas bikes e o jovem piloto bater a cabeça e morrer, quem será o culpado?

Seguro

Pouco conheço sobre modalidades de seguros e muito menos sobre o velho golpe do seguro. Mas, pelo que ouço por aí, gostaria de sabem sobre a existência de um seguro para os meus ouvidos. Algo que me proteja das porcarias que, involuntariamente, escuto por aí. Meus ouvidos, que já apresentam leves indícios de desgaste, não merecem esse tipo de agressão.

Estouros

Chegamos ao 17º dia de 2024 e ainda não temos nada detonante, conforme os estouros previstos há quase um ano. Calma. Chazinho de camomila, um chopinho no final de tarde e um pouco de paciência não fazem mal a ninguém. Para esfriar o nervosismo dos mais agourentos, lembro que os estouros continuam engatilhados. Tem estopim queimando, pois já podemos sentir o cheiro de pólvora e enxofre. O outro estouro virá de onde alguém, com a máscara da benesse, dá um para colher um milhão. Fiquem de olho!

Centenário

Agora, sim, com auxílio do emblemático Calendário da Caixa, pude conferir os meus cálculos. Tudo certo, faltam 519 dias para o Centenário de O Nacional.

Trilha sonora

Ronnie Aldrich ao piano e Orquestra - The Old Fashioned Way


Gostou? Compartilhe