Os impacientes
Hoje, nos apps da vida, nos sites ou nas redes qualquer demora representa uma catástrofe. Isso, mesmo que essa lentidão seja de apenas um, dois ou três segundinhos. Assim é o imediatismo dos mal-acostumados, uma geração robotizada. Há algum tempo, aliás, um pequeno tempinho atrás, conseguir uma conexão com a internet era uma façanha. Baixar uma imagem, então, era uma epopeia. Aqui mesmo em O Nacional, lembro quando recebíamos fotografias da Agência Estado. Conexão discada, um programa em DOS (a mesma base operacional onde ainda hoje roda o Windows) e começava uma aventura. O menu das fotos parecia um inelegível quadro de giz em bodega na beira da estrada, confuso e traços apagados. O problema é que um erro na escolha gerava um custo enorme.
Foto escolhida, aquele barulhinho infernal ao fundo e começava a transmissão. Era fascinante e para aquela época uma operação muito rápida, pois em apenas uns 20 ou 30 minutos a foto estava baixada. Isso tudo já contando com as maravilhosas máquinas de Bill Gates e Steven Jobs. Mas, dirão alguns apressadinhos, aquilo foi no início da informática. Então, saibam que antes disso era ainda mais trabalhoso com o Telex, teletipo e as radiofotos. Ah, e, bem antes, as ondas do rádio carregavam as informações em código Morse. Se o tempo estivesse bom, sem interferências estáticas, as notícias chegavam em forma de telegramas. E esperávamos com a ansiedade de quem vive o que faz.
Já, hoje, a galerinha é muito impaciente. Quer tudo pronto e instantâneo. O problema é que essa turma flutua pela cibernética sem base, nunca emendou um pedaço de fio e entra em pânico quando fica sem internet. Literalmente, os apressadinhos perderam o chão. Ah, se soubessem como o improviso nos ensina a superar as adversidades, seriam menos impacientes. Idade? Não é isso. À época em que improvisava eu era mais novo do que os jovens estáticos de hoje. O improviso sempre despertou nossa criatividade e, criativos, temos a paciência para encontrar soluções e superar as adversidades. É como a água que bate na bunda nos ensina a nadar, respirar e sobreviver. Com calma, é claro.
Erasmo Battistella
O ano começou muito bem, obrigado, para Passo Fundo no cenário internacional. Durante quase uma semana, Erasmo Carlos Battistella, presidente da Be8, esteve na Suíça para participar do Encontro Anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos. Ele representou o Brasil em dois painéis do Fórum de Davos. Também esteve em Domdidier, onde levou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para conhecer as instalações da Be8 na Suíça. É o local onde a empresa produz biodiesel de segunda geração a partir do óleo de cozinha usado. Lá o mercado é promissor, pois empresas de vários segmentos têm compromisso em atuar na descarbonização. Certamente, Davos foi uma vitrine para o biocombustível brasileiro, mas Erasmo e a Be8 também carregaram o nome de Passo Fundo. É a visibilidade verde que coloca a cidade no cenário mundial.
Os bobalípticos
A gente vê, ouve e recebe cada coisa que vai muito além da ficção. Tem uns por aí que acreditam em algo superior às já conhecidas e ultrapassadas teorias da conspiração. Depreciam tudo aquilo que já conhecemos, desprezam as instituições e reprimem as evoluções. Pior, falam em democracia, mas pregam as desigualdades. Seriam apocalípticos ou bobalíticos? Que gente mais chata!
Aeroporto
O Aeroporto Lauro Kortz será privatizado. Não li editais ou outros alinhavos legais, mas fico com a pulga atrás da orelha. Hoje está nas mãos da Infraero (estatal federal), que recebe um pagamento mensal e ainda tem outras benesses. Ora, após o ingresso da iniciativa privada na administração do aeroporto, as despesas de energia elétrica e outras permanecerão por conta do Estado? Serviços gerais, como lâmpadas, acesso etc, ainda serão de responsabilidade da Prefeitura? O interessante é que há interessados.
Caminhonete
Cuidar da Área Azul, sabemos muito bem, não é nenhuma barbada. Na semana passada aquela mesma caminhonete conduzida por um jovem, porém respaldada por um cartão de idoso, permaneceu por 42 horas ocupando duas vagas na Brasil. O monitoramento é feito pela Codepas, agora sob o comando do colega Henrique Fonseca, que poderá conferir essa e outras irregularidades. Inclusive de automóveis que ficam por horas e mais horas na mesma vaga. O abuso de alguns aproveitadores prejudica a todos.
Pastelaria
Continua o fedor da pastelaria, aqui no térreo do prédio. Além da fritura que já paira no ar, ainda temos um menu que disponibiliza o ar que respiramos aromatizado com alho, cebola ou bacon. Tudo de acordo com a mais explícita poluição atmosférica.
Trilha sonora
Burt Bacharach - Do You Know The Way To San Jose