OPINIÃO

Teclando - 31/01/2024

Selvageria

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Selvageria

Enquanto a sociedade dividida se ocupa em trocar farpas pelas redes sociais, a degradação coletiva do caráter ocorre muito próxima dos nossos olhos. Foi bem assim, segunda-feira, quando um caminhão tombou em entroncamento rodoviário de Passo Fundo. Transportava uma carga de carne, que ficou exposta aos olhares de quem passava pela rodovia. Ora, imediatamente, pararam carros e caminhonetes à beira da estrada. Tomados por um impulso de histeria coletiva, resolveram saquear a carga. Assim como as hienas ou os abutres, exerceram a selvageria. Foram os racionais seres humanos que carregaram meias carcaças ou quartos de boi nas costas.

O interessante é que os saqueadores não eram moradores da periferia em situação de miséria. Ao contrário, eram muito bem nutridos e suportavam o peso de enormes pedaços de carcaça bovina. Alguns até ostentavam em seus veículos ornamentações de pseudos cidadãos de bem. Uma cena revoltante, pois, habitualmente, quando paramos junto a um acidente é para auxiliar. Se fossem de fato e de direito bons cidadãos, procurariam uma maneira para ajudar na preservação da carne. Ora, em poucos minutos um caminhão poderia chegar até o local para recolher a carga. Intacta!

Porém, parece que a falta de civilidade já conduz à selvageria. Isso demonstra que a solidariedade dos indivíduos está sufocada pelo egoísmo do mau-caratismo. Certamente, alguém dirá que a carga estava em via pública, que teria seguro ou outras balelas. E daí? Não deixa de ser furto. O motorista acidentado sofreu ferimentos leves. Ainda bem, ou também seria saqueado. Então, agora, não necessitamos mais ir à África para observar o comportamento das hienas nas savanas. Já temos selvageria para vislumbrar aqui nas coxilhas do Pampa.

Bookmaker

O caso de uma empresa lesada por uma empreiteira e um profissional da área, assanhou a curiosidade de muita gente. Todos querem saber os nomes dos vigaristas e da vítima. Mas não vou dizer, em respeito ao local da obra e, ainda, para a preservação da fonte. Num almoço no Franz, Jerônimo Fragomeni também insistiu para saber. Até me contou que já tem bookmaker, aquilo que conhecemos como ‘buquimequi’, onde a turma está apostando para ver quem acerta os nomes. Calma. Logo virá à tona.

As passaginhas

Por que pagar R$ 4,95 por uma passagem do coletivo urbano se encontro no mercado paralelo por menos? Com esse pensamento, temos um comércio ilegal fortalecido em Passo Fundo. Os cambistas, que ficam espalhados pelas proximidades das paradas dos coletivos, compram e revendem as passaginhas. Acredito que, em média, ganhem até R$ 1,00 por unidade. Até aí estaria tudo bem, não fosse a ilegalidade desse tipo de comércio. Ora, as empresas compram as passagens para distribuir como vale-transporte, o que teria caráter de uso específico e intransferível. Porém, os funcionários acabam pegando as passagens para vender.

O pior de tudo é que existem alguns empresários comprando passagens no mercado paralelo para repassar como vale-transporte. Um comércio que rola solto e muita gente se aproveita para transformar o vale-transporte numa espécie de extra. Inexplicavelmente, até funcionário público. E municipal! Parece que o egoísmo oportunista vigora por essas bandas. Acho que a turma ainda não parou para pensar que essa prática ilegal terá como consequência o aumento da tarifa. E quando reajustam, o chororô é geral.

Bourbon

De maneira discreta, como é de praxe na empresa, o Bourbon de Passo Fundo passa por algumas modernizações. A área do caixa central já está com novo design, mais aberta e permitindo maior proximidade com os clientes. Nos mesmos moldes, também as divisórias da área de alimentação estão de cara nova. Certamente, um novo padrão nas lojas Zaffari Bourbon.

Estacionamento

Continuam os abusos na Área Azul. Tem carro que fica o dia inteiro na mesma vaga. E a rotatividade, princípio básico desse modo de estacionamento, como fica? Multa e guincho! E, se necessário, os monitores devem contar com o apoio direto da Guarda Municipal e da Brigada.

Pastelaria

O fedor da pastelaria, no térreo aqui do prédio, continua. Aliás, está cada dia pior. Insuportável.

Trilha sonora

Jorge Benjor – Paz e Arroz


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