OPINIÃO

Teclando - 29/05/2024

Os ratos saem para o limpo

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Os ratos saem para o limpo

Além das águas, nas enchentes também transborda a idiotice. É a parte fétida da lama que borbulha dos esgotos da ignorância. Ora, já não bastasse a dimensão assustadora da tragédia e ainda surgem idiotas, aproveitadores e outros mal-intencionados para atrapalhar. No mesmo modo em que os ratos saem do alagado e, como diria o saudoso Castanho, eles vêm para o limpo. Os idiotas surgem por todos os lados como as ratazanas e as baratas. Enquanto esses transmitem doenças, os idiotas se aproveitam para pregar suas imbecilidades.

Foi assim que agiu um político do vizinho estado que faz divisa com o Rio Grande. O sujeito, que sequer merece ser nominado, aproveitou o gancho para exercitar a sua discriminação religiosa. Sem eira nem beira, lascou que a enchente seria uma espécie de castigo divino. Teria chegado à infeliz conclusão pela alegação de que o Rio Grande do Sul teria menos igrejas e mais casas de religiões afrobrasileiras. Isso chama-se intolerância religiosa. É crime! Porém, em meio a tantas babaquices que pipocam por aí, será que o dito político falou apenas por intolerância? Ou essa idiotice também faz parte de um conjunto de insanidades incentivadas que rolam por aí?

Com parte dos gaúchos com a água pelo pescoço e ainda tem gente pegando carona para suas pregações. Não apenas religiosas, mas também politiqueiras ou discriminatórias. Na maioria dos casos é uma espécie de refluxo cerebral, onde os recalques individuais provocam espasmos para compensar a própria imbecilidade. Ainda bem que são minoria, pois a maioria arregaçou as mangas e vamos reconstruir o que as águas derrubaram.

Caminhões e mais caminhões

Além dos enormes caminhões que, inexplicavelmente, atravessam Passo Fundo, nos últimos dias a Avenida Brasil transformou-se em autêntica passarela da solidariedade. Passaram comboios vindos de todo o país para auxiliar os atingidos pela tragédia. Somente da CPFL Energia eram mais de 20 caminhões equipados para serviços na rede elétrica. Passaram centenas de carros de bombeiros, ambulâncias e caminhões vindos do Paraná, Santa Catarina e outros estados. Na segunda-feira, passou uma enorme carreta que veio de Belém do Pará! Para a solidariedade não há distância.

Estacionamento

Nem tudo está perdido no meio-fio da Brasil. Depois que a Guarda de Trânsito apareceu nas áreas de carga e descarga, o comportamento já mudou. Quem utiliza o espaço liga as luzes de alerta e os tradicionais “usuários” sumiram. A presença ostensiva da fiscalização foi quase uma limpa no local. Uma pena que na área azul persistam os abusos daqueles que deixam os veículos por quase 12 horas na mesma vaga. O agravante é que, em muitos casos, os abusados são os próprios funcionários do comércio. É bom lembrar que o estacionamento pago foi uma demanda do comércio para, através da rotatividade, garantir espaço para os consumidores estacionarem.

Refletir e agir

As tragédias deixam lições. Que a enchente que arrasou parte do estado também deixe lições positivas. Agora, enquanto as águas baixam, é um momento oportuno para refletir olhando o passado, compreender enxergando o presente e planejar de olho no futuro. Além de respeitar a natureza, é necessário acatar a ciência. Também é a hora de agir para crescer juntos no reerguimento da economia gaúcha. Passo Fundo é polo regional, cidade universitária, referencial em saúde é o Gigante do Norte. Passo Fundo tem a faca e o queijo na mão para assumir papel importante no reerguimento da economia do estado. Não pode desperdiçar!

Subserviência

Atualmente, o mais triste é conviver com a imbecilidade travestida de modernidade.

Centenário

Um ano e 20 dias. Sim, faltam 385 dias para o Centenário de O Nacional.

Trilha sonora

Hauser - Sway



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