Salve Rainha! A Igreja Católica Apostólica Romana possui um papel central nas relações internacionais, sendo a maior igreja cristã do mundo e uma das mais antigas instituições internacionais. Historicamente, as Encíclicas Papais, que são documentos pontifícios, endereçam recorrentemente observações relevantíssimas sobre aspectos distintos das relações internacionais. Como exemplo podemos citar a do Papa São João XXIII, Pacem in Terris, onde sabiamente apontava que: “Qualquer guerra, qualquer confronto armado, acaba sempre numa derrota para todos. Desenvolvamos uma cultura da paz. Recordemos que mesmo nos casos de legítima defesa, a paz é o objetivo. E que uma paz duradoura só pode ser uma paz sem armas”. As Encíclicas do Papa Francisco também trazem com regularidade, a preocupação com os rumos da política internacional. Cumpre destacar que a Santa Sé Apostólica é sujeito do direito internacional, importante partícipe nas relações internacionais. Ainda na escolástica tardia, grandes tratadistas católicos como Francisco de Vitória e Francisco Suárez criaram as bases do direito internacional. O Vitória foi inovador ao trazer o conceito do Totus Orbis, ou seja, da comunidade internacional. Vitória buscava colocar ordem no cenário das guerras injustas do medievo. De igual forma, Santo Tomás de Aquino em sua obra magistral, a Suma Teológica, brilhantemente tratou a paz e a guerra. Enfim, são inúmeras as contribuições da Igreja e, nesse contexto, não poderíamos deixar de citar a nossa Bem-Aventurada Virgem Maria.
Rainha do Povo, Rainha do Mundo
Em um dos brilhantes sermões do Padre Antônio Vieira, sobre a natividade de Maria, de forma sábia apontou que a Mãe da Igreja nasceu: “para ser Arca de Noé, em que o gênero humano afogado no dilúvio se reparasse do naufrágio universal do mundo”. Nossa Senhora de Fátima também alertou em suas aparições (1917) sobre uma inevitável Segunda Guerra Mundial! Agora recebemos também, em um momento de extrema dificuldade que assola o nosso Estado, a declaração pela Santa Sé de que a Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, cuja basílica encontra-se em Santa Maria, torna-se a “Rainha do Povo Gaúcho”, conforme comunicado por Dom Leomar Antônio Brustolin, Arcebispo da Arquidiocese da cidade. Todos os irmãos gaúchos receberão esse suporte mariano de suma importância, podendo com essa graça praticar a virtude cardeal da esperança, peça-chave à felicidade de qualquer povo.
Santa Maria
A cidade de Santa Maria, com a recente notícia, entrará em um circuito internacional, potencialmente ampliando a participação estrangeira na Romaria Estadual da Nossa Senhora da Medianeira, que já é uma das mais importantes do mundo. Cumpre destacar que o governo tem articulado uma estratégia internacional que visa a atração de visitantes, talentos e investimentos e a recente notícia da Rainha do Povo certamente vai impulsionar ainda mais a identidade internacional da cidade, que hoje é também pleiteante na UNESCO para tornar-se uma cidade criativa no campo da literatura. A peregrinação anual da Nossa Senhora da Medianeira chega a reunir mais de 300 mil pessoas. A devoção à Nossa Senhora iniciou-se ainda em 1928, em Santa Maria. Que os nossos irmãos gaúchos se munam de esperança! Salve Rainha!