OPINIÃO

ALIMENTOS TRANSGÊNICOS, ADITIVOS E PESTICIDAS (1)

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Transgênicos: um leigo em dúvida mexendo num vespeiro

Com muita frequência, vemos e ouvimos críticas negativas aos alimentos transgênicos. E feitas por gente bastante letrada. O fato é que a rejeição aos transgênicos é bastante alta. Parece uma atitude razoável para um leigo em dúvida buscar informações sobre esse tema. Basta uma rápida pesquisa na Internet para perceber que o assunto, à primeira vista, é muito polêmico. E, também tem sido tratado de forma bastante ideológica. Os críticos dos transgênicos afirmam que eles não oferecem benefícios e, o que seria pior, são nocivos tanto para as pessoas quanto para o meio ambiente. Segundo esses críticos, eles só seriam benéficos para as grandes companhias que os produzem.

 

Rejeição aos transgênicos na Europa

Pesquisa do Eurobarômetro realizada em 2010, com 16 mil entrevistas, embora feita já a mais de uma década, constatou um incremento da rejeição aos transgênicos: subiu de 57% em 2005 para 61%. O jornal El País noticiava, em 2012, que a BASF estava mudando a maior parte de suas investigações para os EUA e para a América do Sul. Das grandes empresas do setor, como a Syngenta, a Monsanto, a Dow e a Dupont, somente a Bayer manteria centros de pesquisa na Europa. Muitos países europeus proibiram o milho cultivado na Espanha. Entretanto, importantes países produtores de matérias primas agrícolas, como Canadá, EUA, Brasil, Argentina, China e Índia seguem desenvolvendo a biotecnologia agrícola.

 

Estados Unidos da América x México

O milho transgênico está provocando atrito entre os EUA e o México. O governo do México limitou as importações de milho geneticamente modificado produzido nos EUA. Os americanos alegam que a decisão mexicana não tem bases científicas, que seus argumentos não comprovam que esses alimentos ofereçam riscos para a vida humana, animal e vegetal. Os mexicanos, por sua vez, afirmam que as autoridades americanas não apresentaram nenhum estudo científico que demonstre que é seguro consumir grandes quantidades de milho transgênico.

 

Na África

Enquanto países europeus levam 20 anos reprimindo a produção de transgênicos por pressão de grupos ecologistas e, sobretudo, pela aceitação acrítica de sociedades ricas de ditames contrários a ciência, países africanos desenvolvem dezenas de projetos de edição genética e estariam assumindo uma posição de vanguarda científica nesse setor. O sorgo, por exemplo, um cultivo essencial em muitos países africanos, que, além de comida, também é usado como material de construção, sofre uma invasão devastadora de uma planta parasita (erva-bruxa) que adere à sua raiz, chupando a água e os nutrientes do sorgo. Cientistas desenvolveram um sorgo resistente à essa planta que tem sido uma das maiores ameaças à segurança alimentar na África,

 

EMBRAPA

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com mais de 40 anos de experiência, é referência mundial em pesquisas e tecnologias para a agricultura. Atua na área de transformação genética de plantas desde a década de 80, com o objetivo de contribuir para uma agricultura mais produtiva e sustentável, a partir do desenvolvimento de variedades tolerantes ou resistentes a doenças, visando reduzir as aplicações de defensivos químicos nas culturas agrícolas. Pesquisas nessa área estão sendo desenvolvidas com diversas espécies agrícolas, como: soja, feijão, arroz, milho, algodão, alface, batata, café, cana de açúcar e mamão, entre outras.

Os pesquisadores da nossa prestigiada Embrapa afirmam que os transgênicos (OGMs-Organismos Geneticamente modificados) são a resposta de ciência para problemas que afetam a humanidade, como doenças, fome, problemas no clima (seca, por exemplo). A biotecnologia permite produzir mais comida com qualidade a um custo menor, sem necessidade de aumentar a área de cultivo. Como não restam muitas fronteiras agrícolas (terras novas para plantar), é necessário produzir mais em cada hectare plantado. Mas, além do aumento da produtividade, a biotecnologia pode trazer outros benefícios como plantas mais nutritivas ou com composição mais saudável.

 PS.: Na próxima coluna vamos ver o que dizem alguns cientistas e algumas pesquisas sobre as críticas negativas aos transgênicos, aos aditivos alimentares e aos pesticidas.


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