Estamos ouvindo explicações e preocupações de médicos e sanitaristas sobre o momento da saúde mental da população. Os recentes momentos de apreensão grave com a saúde física, especialmente a terrível pandemia, geraram orfandade psicológica, além das mais de 700 mil vítimas fatais da Covid-19. A afetação depressiva vem explícita nas primeiras constatações em grande escala de redução da lucidez. Nesta escala de agravamento estão no topo os sobreviventes, com o luto das perdas por morte de familiares ou amigos. Acostado a esta angústia, é geral o abatimento num segmento imenso da população de todas as categorias sociais, por terem sofrido, em algum grau, o contágio antes ou depois da vacina de combate à pandemia. Além das consequências de adoecimento mais leve durante o surto, a realidade mostra sequelas com sintomas físicos e psíquicos ou neurológicos além de efeitos imperceptíveis à primeira vista. É constatação que circula na opinião de médicos e todo o segmento de saúde.
A enchente
O desastre que assolou nosso estado, inundando e destruindo tudo, encontrou um abismo de sofrimento ainda aberto com a pandemia. Morte e doença na quase totalidade do estado. Essa fragilização encontrou a dramática destruição dos meios de produção e sobrevivência, na cidade e no campo. E estão aí as enfermidades rondando a vida familiar, pela invasão da lama contaminada, com leptospirose, hepatites e agravamento geral das condições de saúde.
E voltar pra casa
A invasão dos rios e a interminável persistência diluviana formaram o cenário horrível. Sem eficácia do socorro, com perdas de vidas e o medo descontrolado. A legião de famílias, especialmente mais pobres são sobreviventes da destruição da principal referência do aconchego familiar. A casa, além do que foi levado sem rumo pela correnteza, restou toda danificada, imprestável para abrigar pessoas. Sabemos que os problemas pontuais sempre ocorreram. O gravíssimo é o efeito devastador de tudo, paredes, teto assoalho, fogão, utilidades domésticas e perdas de memórias afetivas que permitiam a retomada do no ânimo de viver, da casa onde se mora, a querência. E não poder voltar pra casa é aflição difícil de domar. Recente matéria publicada na imprensa chama atenção para efeitos dos casos comuns em que a família muda de moradia com frequência. A criança percebe o desmonte de uma estrutura afetiva. Como a grande maioria dessa literal mudança não ocorre com compensação eficaz, cria-se uma chaga invisível de perda no ambiente sentimental. Enfim, vivemos o drama de não saber como voltar pra casa. Escasseia o emprego, falta móveis, comida, água, energia, mas a família, especialmente a criança sente a mágoa de não voltar para seu chão. E os pais, ou provedores da família, sofrem a pressão que afeta o ânimo, ou lucidez que a vida exige.
Eleições americanas
A comunicação propaga velozmente a situação eleitoral nos EUA. O candidato Trump foi atingido na orelha por um disparo criminoso. A segurança e o FBI investigam circunstâncias do atentado, que parece mais um caso isolado de ação protagonizada por maluco desvairado. E todos concordam que o incidente não teve fim dramático para a pessoa do candidato presidencial republicano. E mais, o fato despertou compaixão eleitoral em favor de Trump que vinha batendo nas condições de Joe Biden, fragorosamente com problemas de memória. Ao desistir da candidatura, o democrata já indicou o nome de Kamala Harris para abraçar a disputa. Trump é apontado como favorito nas pesquisas. A desistência de Biden muda o foco do momento que vinha eletrizante para Trump. Foco, agora é Kamala, mulher negra de origem asiática. Em torno dela forma-se movimento de apoio, que inclui aporte financeiro. O nome da nova candidata presidencial deve ser consolidado na convenção em agosto. O ex-presidente Obama não se manifestou ainda por Kamala, que já articula escolha de um ou uma vice. Trump disse que será mais fácil enfrentar a candidata mulher. Os democratas, por via das dúvidas acreditam que se resolva prenunciado prejuízo na composição legislativa.
