OPINIÃO

O NOVO ILUMINISMO: EM DEFESA DA RAZÃO, DA CIÊNCIA E DO HUMANISMO (2)  

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EM QUE MOMENTO DA HISTÓRIA VOCÊ GOSTARIA DE NASCER

Uma avaliação pessimista da situação do mundo é claramente manifesta entre os intelectuais. Surpreso com essa “avaliação desoladora”, Pinker dedicou-se a estudá-la com o objetivo de apresentar uma visão realista do mundo, alicerçada em fatos e inspirada nos ideais do Iluminismo: razão, ciência, humanismo e progresso. Na realidade, basta uma rápida revisão da história da pobreza, da saúde, da violência, da fome para chegarmos à mesma ideia exposta por Barak Obama, de que agora seria o melhor momento para se nascer: Disse o ex-presidente dos EUA: “Se você tivesse que escolher um momento na história para nascer e não soubesse de antemão que você seria – não soubesse se iria nascer em uma família rica ou em uma família pobre, em que país nasceria, se seria homem ou mulher -, se tivesse que escolher cegamente o momento em que gostaria de nascer, escolheria agora.”

 É POSSÍVEL DEFINIR E MEDIR O PROGRESSO?

É possível e fácil! Não se trata de algo subjetivo e culturalmente relativo como alguns podem pensar. Também não se trata de uma questão de opinião ou uma teoria. Basta examinar a realidade, sem os antolhos das ideologias. Certamente, a maioria das pessoas concorda com as seguintes afirmações:

- A vida é melhor do que a morte.

- A saúde é melhor do que a doença.

- Sustento é melhor do que fome.

- Abundância é melhor do que pobreza.

- Paz é melhor do que guerra.

- Segurança é melhor do que perigo.

- Liberdade é melhor do que tirania.

- Direitos iguais são melhores do que intolerância e discriminação.

- Inteligência é melhor do que estupidez.

- Felicidade é melhor do que tristeza.

- Oportunidade de usufruir a família, os amigos, a cultura e a natureza é melhor do que uma labuta incessante e a monotonia.

           Todas essas coisas podem ser medidas facilmente. Se aumentaram com o tempo, isso é progresso. Então, como podemos avaliar com sensatez e realismo o estado do mundo? Simples, diz Pinker, contando. Quantas pessoas são vítimas da violência em proporção ao número de seres humanos vivos? Quantas estão doentes, quantas são vítimas da fome, quantas são pobres, quantas são oprimidas, quantas são analfabetas, quantas são infelizes? E esses números estão aumentando ou diminuindo?

 O MUNDO PROGRIDE

Sobre o progresso das sociedades humanas, vale a pena citar Matt Ridley (Inglaterra, 1958). Ridley é jornalista, escritor, político, zoólogo e empresário. Premiado autor de obras de ciência popular, Ridley já vendeu mais de um milhão de livros, os quais foram traduzidos para 30 línguas. É filiado ao Partido Conservador do Reino Unido e membro da Câmara dos Lordes. Sua palestra ao TED, "When Ideas Have Sex" (“Quando as ideias fazem sexo”) foi vista dois milhões de vezes. Sugiro a leitura de um de seus livros, já publicado no Brasil, intitulado “O Otimista Racional”, do qual tirei a seguinte citação:

“Desde 1800, a população mundial multiplicou-se seis vezes, mas a expectativa de vida mais que dobrou, e a renda real subiu mais de nove vezes. (...) em 2005, comparado a 1955, o ser humano médio ganhou quase três vezes mais dinheiro, comeu um terço mais de calorias em alimentos, sepultou um terço de seus filhos e pôde esperar viver um terço mais de anos. Era menos provável que morresse em consequência de guerra, assassinato, parto, acidentes, furacões, inundações, fome, coqueluche, tuberculose, malária, difteria, tifo, sarampo, varíola, escorbuto ou poliomielite. (...) Era mais provável que fosse alfabetizado, que tivesse um telefone, vaso sanitário com descarga, refrigerador e bicicleta. Tudo isso durante metade de um século...”

E não há como negar que esse extraordinário progresso é resultado da aplicação dos ideais iluministas: razão, ciência e humanismo. Eles nos levam para um mundo melhor.

 

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