Otimismo Racional
No livro “O Otimista Racional”, Matt Ridley critica, com brilho e erudição histórica, o pessimismo em relação ao futuro. Afirma que seu otimismo é racional porque se baseia em fatos e provas, e não em ideais. Critica os reacionários de todas as cores políticas: os azuis que não gostam da mudança cultural; os vermelhos que não gostam da mudança econômica; e os verdes que não gostam da mudança tecnológica. Ridley diz esperar convencer seus leitores de que o progresso humano tem sido, em geral, uma coisa boa, que o mundo é um lugar bom de se viver para a média da humanidade, especialmente se analisado em perspectiva histórica.
Quando os pessimistas estão certos
A visão pessimista não está absolutamente equivocada. Os pessimistas estão certos, diz Ridley, “quando dizem que, se o mundo continuar como está, terminará em desastre para toda a humanidade. Se todo o transporte depende do petróleo, e o petróleo acaba, então o transporte terminará.” Contudo, a visão pessimista tem um condicional: SE! O mundo não continuará como é. Por isso tantas previsões do futuro se mostraram equivocadas. Mesmo assim, diz Ridley, se você disser que o mundo tem melhorado pode até escapar de ser chamado de ingênuo e insensível. Contudo, “se disser que o mundo vai continuar a melhorar, será considerado louco”. Se você disser que a catástrofe é iminente, pode esperar ser aplaudido e até ganhar algumas honrarias. As livrarias gemem sob monumentos de pessimismo, diz ele.
O erro dos pessimistas
Os pessimistas erram porque fazem uma extrapolação: “assumem que o futuro é apenas uma versão maior do passado”. Não percebem que a espécie humana se tornou “uma máquina de resolver problemas mediante a mudança de métodos. Faz isso impulsionada pela invenção, pelo mercado: a escassez faz os preços subirem; isso estimula o desenvolvimento de alternativas, o que aconteceu com frequência na história. Quando as baleias escassearam, o petróleo passou a ser usado como fonte de combustível”. Um poster de John D. Rockefeller não deveria estar na parede de todos os escritórios do Greenpeace?
Exemplos históricos de previsões frustradas
O ambientalista Lester Brown escreveu, em 2008, que se os chineses forem tão ricos em 2030 quanto os americanos iriam necessitar de tanto papel e petróleo que as florestas do mundo e as reservas de petróleo iriam se acabar. Isso, talvez, poderia acontecer se as coisas não tivessem mudado. A digitalização diminuiu o consumo de papel no mundo inteiro. Quanto ao consumo de petróleo, é preciso lembrar que a China, hoje, é a maior produtora mundial de carros elétricos.
Uma previsão afirmava que as ruas de Londres estariam com 3 metros de esterco do cavalo em 1950. Ken Olsen, fundador da Digital Equipment Corporation disse, em 1977: “Não há razão para alguém querer um computador em casa”. Na época isso pareceu razoável, uma vez que os computadores pesavam uma tonelada e custavam fortunas. Hoje, tem computador que cabe no bolso da camisa.
Em 1830 foi inaugurada a Ferrovia Liverpool-Manchester. Alguns previram que os trens que passavam iriam provocar aborto nas éguas prenhes. Outros zombavam da velocidade das locomotivas, dizendo que era absurda e ridícula a esperança das locomotivas viajarem duas vezes mais rápido do que as carruagens. Alguns achavam que o Parlamento inglês deveria limitar a 12 ou 14 km a velocidade para todas as ferrovias.
Iria faltar comida e milhões iriam morrer
São muitas as previsões apocalípticas que não se revelaram reais, mesmo sendo feitas por cientistas. Paul Ehrlich anunciou no livro “A Bomba Populacional”, livro de enorme sucesso, que a batalha para alimentar toda a humanidade foi perdida. Nas décadas de 1970 e 1980, centenas de milhões de pessoas iriam morrer de fome, apesar de todos os programas preventivos. Aconteceu o contrário: uma enorme queda no número de pessoas subnutridas no mundo. E onde ela ainda ocorre a culpa cabe às políticas de governo e não à pressão populacional.