Essas eleições...
O período pré-eleitoral é semelhante a um eclipse, uma sombra entre corpos celestes que oculta um pedaço da realidade. Assim como as estrelas, na sombra ou sob os holofotes, todos querem brilhar. Um é fenômeno da astronomia, o outro da democracia. O importante é que ambos são naturais e necessários para quem habita o planeta Terra. Ou alguém prefere o Universo estático e sem eleições? Porém, pelas suas características, a conduta do ser humano merece uma avaliação.
Candidatos, partidos e a campanha eleitoral permitem uma linha do tempo para delinear o comportamental da sociedade. É óbvio que o desenvolvimento tecnológico provocou uma reviravolta na comunicação candidato-eleitor. Mas, pensando bem, até que ponto isso é um resultado evolutivo? Tenho minhas dúvidas. Vivi a época dos comícios, quando os candidatos tinham um contato direto com a população. Encontros que, de tão autênticos, sempre tinham um bêbado saliente na plateia. Eram folclóricos, porém verdadeiros.
Os candidatos não fugiam da população e, bem ao contrário, circulavam de peito aberto por todos os cantos. Os discursos elaborados, com propostas enfeitadas, evaporavam diante do clamor popular. Na conversa cara a cara, principalmente as mulheres, reivindicavam por melhores escolas e acesso à saúde. Ali, nessa conversa rápida, estava o foco para um plano de governo. Mas, verdade seja dita, os mais descarados pediam folhas de Brasilit ou cargas de brita. O importante é que, muito além dos inflamados discursos, havia o calor humano e o candidato não podia esquivar-se dos eleitores. Naquele instante, os cidadãos avaliavam os pretendentes e decidiam seus votos.
E hoje? Ora, é muito diferente. Pasteurizaram a campanha eleitoral e a artimanha das redes sociais não tem o olho no olho. Por isso mesmo, pode até mentir. Já os candidatos mais parecem astros. Sim, como num eclipse, a sombra é equivalente a um refúgio. É muito fria, sem o calor humano do aperto de mão e falta a sinceridade no brilho de um olhar.
Coletivo
Não quero magoar ninguém, mas boa parcela dos candidatos a vereador mantém um velho discurso e bate em teclas surradas. Outros, aproveitam-se de chavões oportunistas e sequer olham para o meio onde vivemos. Sim, os interesses de algumas pessoas não podem estar acima do interesse coletivo. Mas, para não perder alguns votinhos, não vejo proposições que objetivem o bem-estar coletivo. Então, como singela sugestão, recomendo uma espiada no passeio público para constatar as obstruções e outros absurdos. Será que não pretendem legislar para garantir calçadas limpas, seguras e tranquilas? Ou as pretensões de meia dúzia estão acima do coletivo?
Enchente
No final de abril, começou a enchente que atingiu a maior parte dos municípios do Rio Grande do Sul. A maior tragédia do estado, mais de 180 mortos, milhões de pessoas afetadas, destruição e devastação. Além do que foi possível recuperar, ainda temos fortes sequelas econômicas, problemas no abastecimento e incalculáveis danos aos que perderam moradias, móveis etc. Mas, além disso, as enchentes causaram desequilíbrio ambiental, afetando à biodiversidade. Falar na enchente não é chover no molhado. É secar lágrimas e despertar a memória para a conscientização no trato com a natureza.
Lixo
Lixo e esgoto são temas polêmicos e pouco convidativos. Mas, com certeza, ainda temos muito o que aprender para um manuseio adequado de resíduos. Começa pela separação, descarte no local adequado, recolhimento também em separado e a devida reciclagem. O acesso aos locais das lixeiras é importante, pois incentiva as pessoas a colocar o lixo no lugar certo. Pena que aqui na General Netto, sabe-se lá o porquê, tiraram os contêineres do lado das calçadas e colocaram ao lado dos canteiros. Assim, as pessoal têm que atravessar a rua para descartar o lixo. Em dias de chuva é um atrapalho.
Meio ambiente
O mau cheiro, exalado pela pastelaria aqui embaixo, ganhou na semana passada a companhia da fumaça vindas das queimadas no centro do país. A chuva ficou ácida e levou a fumaça, mas o fedor de fritura continua por aqui.
Centenário
De acordo com os institutos de pesquisas, faltam 243 dias para o Centenário de O Nacional.
Trilha sonora
Sergio Mendes & Brasil 66 - Going Out Of My Head