OPINIÃO

Revolução de 1930 e a passagem de Getúlio Vargas por Passo Fundo

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 Registro da passagem de Getúlio Dornelles Vargas por Passo Fundo, durante a consolidação da Revolução de 1930. Da direita para a esquerda, Vargas e o chefe republicano passo-fundense, Nicolau Araújo Vergueiro, em encontro na estação de Passo Fundo, em 14 de outubro de 1930. Coleção Telmo Dossa/ Acervo IHPF. Registro da passagem de Getúlio Dornelles Vargas por Passo Fundo, durante a consolidação da Revolução de 1930. Da direita para a esquerda, Vargas e o chefe republicano passo-fundense, Nicolau Araújo Vergueiro, em encontro na estação de Passo Fundo, em 14 de outubro de 1930. Coleção Telmo Dossa/ Acervo IHPF.
Registro da passagem de Getúlio Dornelles Vargas por Passo Fundo, durante a consolidação da Revolução de 1930. Da direita para a esquerda, Vargas e o chefe republicano passo-fundense, Nicolau Araújo Vergueiro, em encontro na estação de Passo Fundo, em 14 de outubro de 1930. Coleção Telmo Dossa/ Acervo IHPF.
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Há 94 anos, em outubro de 1930, estava sendo engendrado o processo revolucionário que entrou para a História como Revolução de 30. A Revolução pós fim a Primeira República (1889-1930), período em que as oligarquias tradicionais se mantinham no poder por meio das práticas coronelistas, à nível local, e da política dos governadores, que privilegiava os estados de São Paulo e Minas Gerais na troca de poder no plano nacional.

As lideranças dos estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais foram as principais responsáveis pela opção da luta armada, que teve seu estopim nestes estados no dia 3 de outubro de 1930. No Rio Grande do Sul o que movia a elite política era o desejo de instalar-se como força preponderante no governo federal pela primeira vez, com Getúlio Vargas a frente desse movimento. Em Porto Alegre, às 17 horas do dia 3, os revolucionários atacaram as principais unidades militares, além de vários outros pontos da cidade. Nos dias seguintes, todo o Estado aderiria ao movimento revolucionário, conclamado por Vargas e, controlada a situação no Rio Grande do Sul, as tropas partiram em 10 de outubro rumo à capital federal para a tomada de poder.

Muitas tropas passaram pela Estação Férrea de Passo Fundo vindas de diversas regiões do estado com destino a São Paulo. Nos dias seguintes as tropas seguiam para Porto União, Santa Catarina, e depois para Ponta Grossa no Paraná para se unirem às outras forças do sul. O jornal O Nacional, de Passo Fundo, mantinha um registro diário do desenrolar da revolução, e da participação dos passo-fundenses. Nos dias que seguiram, a movimentação na cidade era grande. Havia chamadas frequentes no jornal sobre a formação de corpos de voluntários. Muitos civis se voluntariaram para a luta. Outros fizeram doações de mantimentos para os corpos revolucionários. Nas estações de trens, muitos populares iam para receber as tropas, montando barracas de lanches para alimentar os soldados.

Getúlio Vargas assumiu o comando de chefe das forças revolucionárias, organizando uma comitiva para se unir às tropas no Paraná. Essa comitiva partiu de trem e passou por diversas localidades, incluindo Passo Fundo. A passagem de Vargas pela cidade ocorreu na madrugada do dia 14, momento em que foi recepcionado por Nicolau Vergueiro e diversos populares.

As forças do Sul estavam planejando um ataque decisivo à Itararé, no Estado de São Paulo, mas, um dia antes de concretizarem seus planos, em 24 de outubro, receberam a notícia de que uma Junta Provisória Militar já havia deposto o presidente Washington Luís, impedindo que Júlio Prestes assumisse seu mandato. Porém, a pressão feita pelas forças revolucionárias e as manifestações populares obrigaram a Junta a entregar o poder à Getúlio Vargas, empossado no dia 3 de novembro de 1930.


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