OPINIÃO

Teclando - 23/10/2024

Burrice natural

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Burrice natural

A propalada inteligência artificial desembarcou no planeta e é a queridinha do momento. Ontem, testei-a no Whats para ver como funciona. Coloquei uma questão simples e a resposta foi rápida. Na prática, o resultado é o mesmo que obtínhamos em casa ao pesquisar numa enciclopédia Delta Larousse e Barsa ou numa biblioteca escolar. Na minha compreensão, enfiaram bibliotecas digitalizadas num sistema e alinhavaram as informações. Ora, então basta usar a palavra-chave que o conteúdo das antigas prateleiras despenca cheio de resultados.

O estranho é que junto à IA (os americanizados chamam de AI) também veio uma perigosa alteração comportamental. É uma devoção à grossura, desprezo pelo conhecimento, desdém às normas vigentes e desrespeito à vida. Uma degradação cultural que rasga a partitura erudita para aplaudir a vulgaridade, despreza a etiqueta e abre espaços para a truculência. Fico intrigado diante desse revés na conduta coletiva. Por que fazem isso? Seriam por desejos reprimidos? Ou gestos para acobertar aquilo que escondem da sociedade?

Sei, não. Esse tipo de adoração aos brutos pode ser algum tipo de sentimento enrustido. Ou, simplesmente, uma máscara para acobertar a monstruosidade que suas almas carregam. Já não são mais cultuados os cientistas, poetas e virtuoses. Agora, tem gente babando nas botas da perversidade, adorando torturadores e clamando por opressores. Sim, mas qual a relação da degradação social com a evolução tecnológica? Simples. Isso tudo ocorre quando a manipulação da inteligência artificial controla a burrice natural.

Tarso e o Coronel

Amigo Walter Filho, que marcou nos bons tempos da “Planalto Boa de Papo e Balanço”, ligou de Floripa para contar um fato histórico de Passo Fundo. Foi em 1975, na festa alusiva ao Cinquentenário de O Nacional. Segundo Waltinho, houve um lauto jantar no salão do Turis Hotel. Lá estava o mais fino creme da nata da sociedade passo-fundense, autoridades e as mais importantes figuras públicas. Para alegria de Seu Múcio e Dona Ada, o filho Tarso de Castro veio do Rio de Janeiro para a festa dos 50 anos do Jornal. O prefeito era o coronel Edu Vila de Azambuja e estava sentado ao lado do comandante da unidade do Exército, então major Piaguaçu. Mas a irreverência de Tarso nunca se limitou apenas à máquina de escrever. Lá pelas tantas, com seu porte físico avantajado, o combativo jornalista simplesmente sentou-se no colo do franzino prefeito e gritou: “sentei no colo da ditadura”. Atônito, Coronel Edu não teve nenhuma reação. E, bem ao seu estilo, Tarso ainda lascou um beijo no coronel-prefeito.

Linda motorista

Tarde dessas, o caminhão da coleta de resíduos da Codepas parou para pegar o lixo de um contêiner. O veículo era conduzido por uma linda motorista e, instintivamente, meus olhos foram dirigidos para a cabine. Não que eu tenha comandado o olhar, pois meus olhos são independentes e sempre foram atraídos pelo belo. A motorista já havia detectado minha presença na sacada. Após arrancar o caminhão, abanou para o mim. Fiquei um pouco sem jeito, acho que me senti um lixo, mas respondi com um vibrante aceno. Nunca se sabe, né? Numa dessas posso passar por resíduo orgânico e ela me carrega no caminhão.

Cinema

Até sábado, estará em exibição o filme “Por Uma Alegre Meia Tarde”, no Cine Laser do Passo Fundo Shopping. O longa é 100% passo-fundense, com roteiro de Jorge Salton, direção de Felipe Lemos, música de Paulo Reichert e atores de Passo Fundo. Mas fiquem atentos ao novo horário. As sessões iniciam às 19h15.

 Pastelaria

Continua o fedor de fritura e outros odores nada agradáveis vindos da pastelaria aqui embaixo. Socorro, Vigilância Ambiental, Patrulha Ambiental, Promotoria Especializada...

Centenário

Boa tarde noite, boa noite tarde. Alô, Walter Filho na Ilha da Magia. Saiba que faltam 208 dias para o Centenário de O Nacional.

Trilha sonora

Lara Fabian – Tango


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