Modernistas e pós-modernistas
Não se deve botar todos os artistas modernistas e pós modernistas no mesmo saco. Para ser justo é preciso dizer que o modernismo abrange muitos estilos e artistas, e nem todos eles rejeitam a beleza e outras sensibilidades humanas. Entretanto, uma parcela muito grande desses artistas pretende escarnecer do senso estético e do gosto das pessoas comuns. Isso também reflete uma tentativa de adquirir status no mundo artístico sem nenhuma virtude moral ou política e, frequentemente, sem técnica artística. Muitas pinturas atuais costumam produzir comentários como este: “Minha filha de quatro anos poderia ter feito isso.”
Uma arte feia
Não podendo conferir prestígio pela raridade, complexidade ou excelência das obras em si, surge uma arte que pretende confrontar o que as pessoas comuns entendem por beleza. Ainda mais com tantas coisas belas jorrando das gráficas e gravadoras. Como qualquer pessoa pode ter acesso à coisas bonitas, grande parte da arte modernista parou de apelar aos sentidos. Ao contrário, passou a desdenhar da beleza considerando-a piegas e superficial. A ponto de pessoas ficarem constrangidas de dizerem que não gostaram de uma obra conceituada no mercado. Já ouvi uma pessoa dizer que não gostava de arte moderna, mas atribuía isso à sua falta de conhecimento sobre ela. É uma tolice. Na realidade, a apreciação de coisas belas não precisava de manuais ou críticos especializados. Qualquer pessoa, por mais simples intelectualmente que seja, ficará boquiaberta na presença das esculturas do David e da Pietá de Miguel Ãngelo. Ou frente à Ponte de Langlois pintada por Van Gogh.
A arte como insulto
No livro “Tábula Rasa”, Steven Pinker analisa o que se chama “insulto conspícuo” na arte. Artistas malcriados gabam-se de sua capacidade para chocar a sociedade impunemente. A interminável campanha dos artistas pós-modernistas para atrair a atenção de um público cansado progrediu do estágio de intrigar a plateia para o de fazer todo o possível para ofendê-la. Um dos casos mais emblemáticos dessa arte ofensiva é o quadro Immersion (Piss Christ) de Andres Serrano, artista e fotógrafo americano, mostrando um crucifixo de plástico submerso em um pequeno tanque de vidro com a urina do artista. E esse quadro ganhou o concurso "Awards in the Visual Arts" do Southeastern Center for Contemporary Art!!!
Estética humana universal
Muitos críticos de arte desconhecem a natureza humana, afirmando que o gosto estético é uma construção cultural, baseando-se na “teoria da tábula rasa”. Na verdade, pesquisas mostram a existência de uma estética humana universal. O habitat preferido pelas pessoas é evidenciado por vários estudos sobre a evolução dos hominídeos na savana africana. É um cenário muito comum em calendários, em quadros, nos desenhos das crianças e na arquitetura paisagística: uma moradia alta próxima de um corpo d’água e com vista para um parque frutífero, com animais à vista. Estudos mostram que, com liberdade para escolher o ambiente de suas casas ou escritórios, pessoas em diferentes culturas gravitam em torno a um ambiente que combine três aspectos: um local alto, terrenos abertos como da savana com árvores e bosques espalhados, proximidade com um corpo d’água, como um rio, um lago ou oceano. Isso revela que as pessoas preferem viver naqueles ambientes onde nossa espécie evoluiu por milhares de anos na África. O berço da humanidade não foram as florestas úmidas profundas com suas copas elevadas e interiores escuros. Tampouco o foram os relativamente monótonos desertos e pradarias. Pelo contrário, o habitat preferido de nossos ancestrais foi a savana: uma pradaria aberta, pontilhada de árvores e cursos d’água, habitada por animais e plantas floríferas e frutíferas.