O Sol por testemunha
Nós, gaúchos, até respeitamos o sol forte da praia ou do deserto do Saara, mas no cotidiano avançamos os protocolos. Sabe as tais de gauchadas? Sim, aquelas insanidades assumidas em nome de uma autoproclamada superioridade que cada qual carrega nesse extremo meridional? Exatamente isso. E eu não escapo dessas gauchadas. Porém, antes que dermatologistas e oncologistas pulem no meu pescoço, sou réu confesso e um péssimo exemplo.
Sábado, sol a pino ao meio-dia, quando resolvi tirar a camisa em longa e prazerosa caminhada pelo Parque da Gare. Doideira multiplicada pelos reflexos dos raios solares do aprazível lago. Ora, senti-me como as tartarugas em seu banho de sol. É claro que o casco dos quelônios é um pouquinho mais resistente que a minha cútis branquela. Mas, para esse gaudério destemido era tudo puro prazer. Caminhada, sol, água, tartarugas e um cheirinho de natureza. E por um bom tempo a maluquice não provocou nem cosquinhas nas costas. Vitamina D, pensava cheio de orgulho já me sentindo novo integrante do grupo geração saúde.
Caminhei em círculos ao redor do lago, atravessei a ponte várias vezes enquanto contava as tartarugas. Já em casa, vi pelo espelho que o vermelhão dos ombros ficou acima dos padrões azuis de um gremista. Então senti uma ardência, recorri à água fria e creminhos. Tarde demais. O vermelhão da pele provocou uma febrícula, uma tonteira e o desânimo. Ainda bem que usei um boné, porque as consequências poderiam ser bem piores.
Duplo desprezo à tecnologia, pois não usei protetor solar e só fui consultar a meteorologia depois da gauchada. Lá estava “índice de raios UV é extremo”. Sim, estava no nível 11. Enfim, sou sobrevivente. Por enquanto, pois as sequelas ainda podem ser trágicas. Ora, devemos confiar na tecnologia, usar o protetor solar e respeitar os avisos meteorológicos. Nem mesmo as nossas gauchadas podem desprezar a ciência.
Festa do Batatas
Sábado à noite rolou a festa dos 15 anos do Batatas. Acabei perdendo a festança de debut, pois paguei caro pelo abraço inconsequente aos raios solares. Fiquei tipo um coelho com febre ou um frango com pescoço depenado. Resumindo, sem condições. Mas, acompanhei pelas redes sociais as fotos e vi que a festa foi grande. “Voou caco, meu Chanceler”, disse o Zé Tendeu em mensagem cobrando a minha presença. Teve de tudo um pouco, muito de tudo e algo mais. Peço desculpas ao Gringo, Elias, Zimmerman e toda galera que faz do Batatinhas uma grande nuvem que cobre as melhores cabeças.
A insanidade
Sabe aquele tipo de gente tosca? Geralmente têm uma cara com fortes traços da debilidade. Um olhar antipático focado a 45º para baixo, mascando chiclete ou fumo e cuspindo compulsivamente? Sim, são ruminantes. A irracionalidade não permite que troquem pensamentos. Andam em bandos e não têm o mínimo sentimento em relação aos semelhantes. Pois bem, esses seres rústicos existem nos dois Hemisférios. A coisa tá ficando osca!
Desrespeito
Educação deve ser um exemplo. Em relação a Passo Fundo, essa importância é multiplicada pois estamos numa privilegiada Cidade Educadora. Em todos os espaços, a cada esquina e em todos os bairros deve prevalecer a educação. Isso também vale para o passeio público. Ora, para caminhar na calçada temos que desviar até de manequins em frente a algumas lojas. Sem falar nas placas, bandeiras e outros estorvos. Isso, além de falta de educação, é desrespeito. Bons tempos em que as lojas disputavam para ver quem tinha a mais linda vitrine e ninguém obstaculizava o passeio público.
Borregaard
Nos anos 1970, Porto Alegre sofreu com o fedor provocado pela Borregard. O cheiro de ovo podre vinha de Guaíba e perfumava o centro da capital gaúcha. Ali começou a luta ambientalista que, exitosa, acabou com o fedor. E, por falar em fedor, continua insuportável o fedor da pastelaria aqui embaixo.
Centenário
O ano passou rápido. Logo, Papai Noel já estará entre nós e o ano chega ao fim. Ora, agora faltam 187 dias para o Centenário de O Nacional.
Trilha sonora
Eric Clapton & Peter Frampton - While My Guitar Gently Weeps