OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Nos próximos dias, transcorre no Brasil, a cúpula do G20. Momento em que se reúnem os chefes de Estado que integram o grupo, que buscam uma colaboração em diferentes temas da pauta internacional, cuja discussão resulta na assinatura de acordos, nos dias da cúpula. O G20 já teve mais prestígio. Hoje é um grupo que não consegue articular respostas e ações concretas para lidar com os principais desafios da política internacional. Entre os países que integram o G20, estão: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e a União Europeia. Dentre os chefes de Estado que confirmaram a sua presença estão Joe Biden e Xi Jinping. Nota-se pela nominata de membros, que o grupo aglutina países com visões antagônicas de mundo, principalmente se tomarmos os EUA e a China, que nos últimos anos estão com uma relação esfriada. A Rússia é outro exemplo, todavia Putin não estará presente pois há um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional. O G20 surgiu ainda na década de 1990, na esteira de um relevante abalo econômico mundial, tornando as suas reuniões fixas depois de 2008, na sequência de outra crise financeira. A cúpula anterior tomou lugar em Nova Déli, na Índia. Como o Brasil ocupa neste ano a presidência rotativa do grupo, o evento ocorre no país, mais precisamente no Rio de Janeiro.

Os temas 

A propositura temática brasileira concentrou-se em três áreas distintas que serão debatidas, entre elas: 1) o combate à fome mundial, 2) o enfrentamento às mudanças climáticas, bem como a transição energética e 3) uma nova arquitetura para uma governança global. Dentre as três questões, a última toma um contorno mais polêmico. Aqui há a propositura de alguns países emergentes, em maior participação no sistema multilateral, para uma reforma no Conselho de Segurança da ONU. Há também a tensão existente a partir dos BRICS, o novo polo de poder das autocracias, que querem substituir o regime ocidental e o sistema financeiro internacional. Quando Lula sugere a sua “nova governança global”, ela não passa de uma precária cosmovisão da política internacional, subserviente aos interesses de ditaduras. O seu papel e discurso, no evento, será o de reforçar aquilo que interessa ao eixo russo-chinês-iraniano.

 O que esperar? 

O evento sempre produz uma espécie de documento final. Espera-se, pelo conflito de interesses entre os membros, que os posicionamentos em relação às guerras em curso sejam brandos e abrangentes, sem condenações específicas, podendo inclusive os membros não chegarem a um acordo. Das pautas da fome e da mudança climática, são usuais as narrativas que não favorecem ações concretas, a começar que o Brasil é um país que alimenta bilhões no mundo, mas internamente ainda possui milhões de pessoas passando fome. Para querer mudar o mundo, é preciso olhar para dentro, primeiro. De Lula esperar-se-á o de sempre, que os seus discursos atendam aos interesses do eixo autocrático. Haverá também a eventual narrativa sobre a desdolarização da economia mundial e a não condenação da Rússia pela guerra em curso, bem como o reforço na crítica a Netanyahu. O G20 não tem mais qualquer poder efetivo de mudar a conjuntura internacional.

 

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