OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Um dos grandes desafios das relações internacionais deste século será o das cidades assumirem-se como partícipes na conjuntura internacional, valendo-se dela para buscar oportunidades de desenvolvimento e atração de investimentos, visitantes e talentos. Por isso, as cidades que possuírem uma estratégia internacional voltada a resultados trarão, por consequência, benefícios diretos à sua população. Santa Maria, nos últimos anos, assumiu-se como um player internacional, disposto a buscar oportunidades globais de desenvolvimento. O município é uma das principais locomotivas econômicas do Rio Grande do Sul, um importante exportador, cuja balança comercial vem se diversificando, agregando ao agro e indústria, a tecnologia e inovação. A cidade é um importante polo universitário que visa a transferência de conhecimento em nível internacional, possuindo uma posição logística favorável e sendo estrategicamente um elo importante na defesa nacional. Santa Maria também é pleiteante a um lugar na famosa rede de cidades criativas da UNESCO, na área da literatura, tendo um potencial internacional a explorar na sua Feira do Livro, a mais antiga da América Latina. Recentemente, a cidade organizou o 1º Encontro Diplomático e Internacional, com auxílio deste colunista e de sua sócia, a Sra. Ana Paula Megiolaro, que juntos lideram o escritório gaúcho de relações internacionais e comunicação, Roedel Intl Advisor, – pioneiro no Brasil a trazer soluções internacionais ao contexto municipal – responsável pelo projeto de internacionalização de Santa Maria.

 

1º Encontro Diplomático 

Um desdobramento importante da estratégia internacional de Santa Maria transcorreu no dia 2 de dezembro, onde diversas missões diplomáticas voltaram os seus olhos à cidade, de forma inédita na história de Santa Maria. EUA, Espanha, Bélgica, Suíça, Argentina e Uruguai e a representação do Ministério de Relações Exteriores no Estado, estiveram juntos, atentos aos potenciais internacionais da cidade, apresentados pelo vice-prefeito e prefeito eleito, Sr. Rodrigo Décimo. Os desdobramentos são inúmeros. A Agência de Desenvolvimento dos EUA está aberta a receber projetos de infraestrutura, energia, transporte e tecnologia. Ela abre licitação nos EUA e contrata consultoria de lá para modular projetos nessas áreas, sem custo ao município. Da Suíça provavelmente virá um roadshow de empresas. Da Bélgica, há a relação com a Vila Belga, além disso o interesse no modal ferroviário e investimentos. Da Argentina e Uruguai, parceiros do Mercosul, o desejo de explorar projetos comuns. A Espanha ficou interessada na possibilidade de transferência de conhecimento internacional, pelo fato de Santa Maria ser um polo universitário. Não puderam estar presentes o Cônsul americano no RS, que quer receber a visita do novo governo, o Cônsul japonês, que pretende visitar Santa Maria, para explorar possibilidades e a representação da UNESCO no Brasil, onde se abre uma porta para o diálogo. Santa Maria deu um passo muito importante e os maiores beneficiados são os santa-marienses, que agora são protagonistas globais. Toda a cidade pode e deve ter uma estratégia internacional, porém, essa deve ser estruturada de forma inteligente e voltada a resultados, com ganhos concretos à sociedade. Esse é um imperativo do século, do qual os municípios não podem ficar de fora.


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