As garras da prepotência
Para o exercício do bem e do mal, existem os bons e os maus. Sou da geração que trocava gibi em frente ao cinema, onde as tramas tinham mocinhos e bandidos. Desde o início, detectávamos os bandidos. Estava desenhado já nas primeiras cenas, pois os mal-encarados, mal-educados, mascadores de fumo e cuspidores eram os maus. Ao contrário, os bons tinham características da civilidade e do respeito. O divisor de águas entre mocinhos e bandidos era a simpatia e a antipatia.
Mas, conforme o filme rodava, o bom e o mau demostravam mais características marcantes de suas índoles. O mocinho era gentil, sorridente e generoso. Já o mau exteriorizava as garras da prepotência e exalava ódio. O bom ajudava os mais fracos. O mau invadia casas, matava crianças e pisava sobre os animais. O mocinho tratava seu cavalo com muito carinho, enquanto perseguia os criminosos. Já o bandido, como todo tirano, tinha um arsenal com metralhadoras e até dinamite.
Para enfrentar a poderosa belicosidade do mau, o bom compensava com sua astúcia e excelente pontaria. Por onde passava, o mau deixava um rastro de destruição, sangue e dor. E a missão do bom consistia em barrar o ódio e a maldade. Sim, os bandidos são criminosos que não podem materializar sua cólera, provocar mortes e destruição.
Como naqueles filmes, o som da harmônica ainda ressoa entre meus neurônios quando alguém exala seu fel. Expressões que indiquem opressão, desrespeito, beligerância, desigualdade, supremacia ou imperialismo, esboçam o bandido em meu pensamento. Como no cinema, a prepotência em tom de ameaça nos encolhe na poltrona. Esperamos pelo mocinho, pois o bandido já se apresentou.
Televisão
Nunca tive uma relação muito afável com a televisão. Mesmo assim, assinei a TV a cabo onde assisti quase que apenas jogos do Grêmio e alguns programas sobre viagens. Por quatro vezes, fui surpreendido com cobranças astronômicas. Além do meu básico e do futebol pago, incluíram absurdos que passam por filmes infantis, as abomináveis lutas e outras baboseiras. Teve até streaming de música com direito a sertanojo. Pelo menos não colocaram o Village People, o que seria duplamente comprometedor. A última conta ficou em R$ 574. Atendimento péssimo e fiz o óbvio ululante: cancelei a TV a cabo. Não necessito dar nome aos bois, pois, é claro, isso todos já sabem. Nada mudou, pois há dois meses não ligava o televisor.
Capinguí
O Ginásio Capinguí despencando é um exemplo de como tratamos mal nossa história. Parece que vale a máxima de abandonar para que caia e desapareça. Um giro ao olhar e detectamos vácuos na pintura da cidade. Outro ginásio, o Maggi De Césaro, foi lentamente da falta de manutenção à interdição e demolição. Estádios, cinemas e praças também evaporaram ou perderam a identidade. Agora, espera-se que algo seja feito para salvar o Capinguí. Não é apenas um ginásio, um local de lazer ou o patrimônio de um clube. É a história da vida de milhares de passo-fundenses. É um enorme desenho na ladeira que desce para a Vila Luiza. É símbolo do esporte. É abrigo dos gritos de gol, dos beijos e dos tantos amores que lá começaram. É um pedaço de Passo Fundo!
Educação
Os motoristas dos coletivos urbanos de Passo Fundo são muito educados. Isso vale para o pessoal da Coleurb e da Codepas. Acredito que fizeram um curso de paciência, pois enfrentam situações irritantes. Mesmo com o concreto na faixa de ônibus na Brasil, muitos motoristas insistem em parar no local proibido. Terça-feira, vi um carro vermelho que ficou mais de 20 minutos atrapalhando o acesso dos ônibus à parada. Não era carga e descarga ou embarque e desembarque. Simplesmente, o motorista ficou no carro enquanto a mulher foi e voltou da farmácia umas cinco vezes. Horário de movimento e mais de 10 ônibus sofreram para estacionar. É muita paciência dos motoristas dos ônibus e, obviamente, falta de fiscalização.
Pastelaria
Dizem por aí que, pelo não cumprimento da legislação ambiental, uma churrascaria famosa mudou de endereço. Ora, então, por que a pastelaria aqui embaixo continua fedendo e sem desodorante? Com a palavra a fiscalização.
O Centenário
Tá quase. Faltam 148 dias para o Centenário de O Nacional.
Trilha sonora
The Danish National Symphony Orchestra & Tuva Semmingsen - Once Upon a Time in the West