Violência: acusado do crime é porteiro do hospital. Tanto acusado quanto a vítima tinham passagem pela polícia
"Nunca esperava por isso dentro de um hospital." Foi com essa frase que a paciente de 34 anos, internada há duas semanas devido a problemas pulmonares no posto 4 do Hospital da Cidade, definiu o que se passou na manhã de segunda-feira, 12.
Ela estava com a mãe, 58 anos, em um quarto ocupado também por outra paciente quando o primo, Inácio Rodrigues de Souza, 30 anos, que havia chegado para visitá-la, foi morto com pelo menos um tiro e a golpes de faca no abdômen. Ele chegou a ser atendido na emergência, foi removido para o bloco cirúrgico, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu. O acusado do crime é um porteiro do hospital de 29 anos.
A mãe da paciente, tia da vítima, disse que antes da visita havia encontrado Inácio de Souza na rua e que ele ao saber que ela iria até o hospital concordou em fazer uma visita à prima que não via há cinco anos. Inácio tinha rixas antigas com o porteiro e tinha passagem pela polícia por vários crimes, como homicídio, ameaça e lesão corporal. Ele cumpria pena na Penitenciária Estadual de Osório e no mês passado obteve liberdade condicional. Segundo a testemunha, a vítima estaria na cidade para procurar um emprego na vila Victor Issler.
Porteiro não agiu sozinho
O acusado teria ido ao quarto em que estava a vítima acompanhado de um homem, cujas características já foram repassadas à polícia. Testemunhas contaram que o porteiro atirou em Inácio de Souza e que após a vítima cair foi atingida por pelo menos seis facadas no abdômen. Os homens fugiram e há informações de que uma terceira pessoa os aguardava em uma moto YBR de cor vermelha.
O porteiro trabalhava há menos de um ano no local. Segundo informações do HC, ele apresentava bom comportamento e tinha ótimo relacionamento com os demais colegas de trabalho.
Segundo dados da polícia, o porteiro também tinha passagem na polícia por porte ilegal de arma, furto, receptação e envolvimento em homicídio, cuja vítima era parente de Inácio. O delegado Claudio Belcamino, titular da 2ª Delegacia de Polícia, que está responsável pela investigação, já recebeu o laudo da necropsia, que foi emitido pelo Departamento Médico Legal. Ele aguarda que o acusado se apresente na delegacia assim como os outros dois envolvidos. A prisão preventiva dos suspeitos pode ser solicitada. Testemunhas já começaram a ser ouvidas na tarde de ontem.
A perícia no local do crime não foi integralmente realizada uma vez que a cena do crime foi desfeita e o quarto em que Inácio foi morto já havia sido limpo por funcionários do hospital.
Com mais essa morte, sobe para 19 o número de homicídios registrados este ano em Passo Fundo.