O golpe que vem pelo telefone

Caso onde vice-presidente da República foi vítima, é frequente em Passo Fundo. Golpistas geralmente pedem dinheiro como pagamento de resgate

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Eder Calegari/ON

Na terça-feira (27), o vice-presidente da República, José Alencar, confirmou que havia sido vítima do chamado golpe do falso sequestro. Segundo ele, no domingo (25), ao atender um telefonema quando estava sozinho em seu apartamento, no Rio de Janeiro, o suposto sequestrador colocou no telefone uma mulher que o chamava de "papai". O vice-presidente disse que acreditou mesmo que era sua filha e por isso continuou a conversar com o criminoso. Ele chegou a negociar valores a serem pagos ao suposto sequestrador, mas não efetivou o pagamento dos R$ 50 mil pedidos pelo bandido, que chegou a sugerir que o pagamento fosse feito com joias da esposa.

A vítima tentou baixar o valor do suposto resgate para R$ 20 mil, mas acabou interrompido pela família, que foi até o apartamento. Em dado momento da conversa, o suposto sequestrador perguntou qual era a atividade profissional da vítima e o nome.

O vive-presidente disse que não houve tempo para pagar o resgate, mas reconheceu que os casos de falso sequestro são preocupantes. José Alencar advertiu para que as pessoas fiquem calmas em casos de violência. A polícia está investigando o caso.

Golpe aplicado ontem em Passo Fundo
O mesmo crime foi aplicado na manhã de ontem em Passo Fundo. Uma mulher de 90 anos, moradora do Centro, recebeu uma ligação no telefone fixo de um suposto sequestrador de uma das filhas. O bandido disse que era para ela não desligar o telefone e ir até o banco sacar o dinheiro para o pagamento do resgate. Uma outra filha da vítima que estava em casa percebeu o nervosismo da mãe e atendeu o telefone. Orientada pelo golpista, ela foi até o banco para pegar o dinheiro do resgate e forneceu ao criminoso o número do seu telefone celular, como havia determinado o estelionatário.
Os outros filhos da vítima suspeitaram que se tratava de um golpe. A filha que supostamente havia sido sequestrada, só foi encontrada depois de uma hora, o que deixou os familiares mais apreensivos. O saque acabou não sendo feito.
No mês passado, um motorista de 30 anos, também de Passo Fundo, recebeu um telefonema de uma golpista. Ela se apresentou como sendo a filha dele e pelo telefone disse que seus sequestradores exigiam dinheiro para o resgate. Como a filha dele tem menos de dois anos, ele desligou o telefone e ignorou as orientações da golpista.

O que diz a polícia
Segundo a delegada Daniela de Oliveira Mineto, titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil, em relação ao ano passado, esee tipo de golpe caiu cerca de 50%. Os casos investigados mostram que os telefonemas partem geralmente de outros estados e que os estelionatários têm "sotaque" diferente.
As ligações são oriundas, na maioria das vezes, de telefones clonados, o que dificultam as investigações da polícia. A delegada alerta sobre a importância em não revelar informações de dados por telefone que possam ser usados pelos bandidos. "Em algumas situações os golpistas fazem um primeiro contato, e a empregada ou uma criança passa as informações da família para pessoas que se passam por atendentes ou funcionários de empresas. Todos devem ser alertados a não divulgar dados pessoais por telefone", destacou. A orientação para que em caso de pedido de resgate, a vítima desligue imediatamente o telefone e procure a polícia.

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