Eder Calegari/ON
Depois de fazer dezenas de vítimas em Passo Fundo, foi presa a quadrilha acusada de copiar informações bancárias dos cartões magnéticos dos clientes de pelo menos dois bancos instalados em um shopping do Centro da cidade. Nesta semana, um homem que mora na rua Castanho da Rocha havia registrado queixa na delegacia pelo golpe. Ele teve um saque realizado em sua conta de R$ 999 sem que soubesse. Segundo a polícia, com os dados, os integrantes da quadrilha efetuavam saques em terminais bancários, sendo que as vítimas só percebiam o prejuízo quando retiravam o extrato da conta-corrente. O bando vinha agindo na região há pelo menos dois meses e já teria aplicado o esquema em cidades como Erechim e Getúlio Vargas.
Dois dos acusados foram presos quando estavam retirando o equipamento que haviam instalado em um caixa eletrônico. Na tarde de terça-feira (20), um funcionário de uma loja do shopping observou um homem mexendo na máquina e alertou os seguranças do estabelecimento. Os seguranças do shopping passaram a monitorar o terminal de saque e flagraram os dois retirando o equipamento. A Brigada Militar foi acionada e soldados da Bike Patrulha e do Batalhão de Operações Especiais cercaram as saídas do prédio. Um foi preso no interior do posto bancário e outro no estacionamento do shopping.
Outros dois fugiram em um veículo Gol, mas foram detidos quando faziam o pagamento da diária em um hotel próximo à estação rodoviária. Na bagagem dos criminosos, os policiais encontraram outros equipamentos usados para a clonagem de cartões magnéticos. De acordo com o delegado da Polícia Federal, Paulo César Bulgos de Andrade, os acusados têm 22, 24, 25 e 26 anos e são naturais de São Paulo e Minas Gerais. Eles foram recolhidos ao Presídio Regional. Um deles foi hospitalizado sob custódia policial, pois teve ferimentos decorrentes da tentativa de fuga.
Como funcionava o esquema
No esquema, a quadrilha instalava um equipamento junto ao computador do caixa eletrônico, conhecido como chupa-cabra, que solicitava em telas diferentes a digitação de senhas e dados bancários, que ficavam armazenados no aparelho que posteriormente era removido pela quadrilha. O procedimento era semelhante ao do banco quando se realiza uma operação e confundia facilmente as vítimas. De acordo com o delegado César, os acusados, de posse das informações das vítimas, conseguiam efetuar saques em terminais bancários, geralmente situados em outros estados, para não levantar suspeitas. Os quatro presos foram indiciados por crime de furto qualificado e formação de quadrilha.
Fique atento
A polícia orienta que os clientes não aceitem ajuda de pessoas estranhas para realizar operações bancárias em terminais eletrônicos. Este serviço deve ser prestado por profissionais da instituição que fazem este atendimento ao público e estão identificados com crachás e uniforme. A digitação de senhas e dados em um terminal deve ser interrompida caso o cliente perceba algo diferente do habitual durante o processamento de uma operação. Alterações suspeitas devem ser notificadas ao banco e comunicadas à polícia. Quanto ao envio de e-mails que solicitam confirmação de números de documentos dos clientes ou a solicitação destes dados via telefone, os bancos advertem que este tipo de procedimento é falso e nenhuma informação deve ser repassada por estes meios. Qualquer alteração cadastral deve ser informada somente na agência bancária onde o cliente possui conta.