Eder Calegari/ON
Eles foram escolhidos pela larga experiência em despachar inquéritos policiais nas delegacias de todo o Estado. Os mais de 40 agentes e os dois delegados de Polícia Civil que se instalaram ontem em Passo Fundo chegaram de outras regiões com a missão de encaminhar pelo menos 2 mil inquéritos policiais, dos mais de 50 mil, que estão nas delegacias da cidade. Muitos deles sem os devidos encaminhamentos ocasionados pelo déficit de policiais frente à demanda existente.
Em uma solenidade no segundo andar do antigo quartel, realizada na tarde de ontem, o delegado Paulo Videla Ruschel, titular da 6ª Delegacia Regional da Polícia Civil, declarou oficialmente abertos os serviços do Mutirão Cartorário, projeto desenvolvido há três anos e que já passou por Caxias do Sul, Rio Grande, Porto Alegre, Sapucaia do Sul e Pelotas. "Sabemos das demandas que a polícia enfrenta diariamente no trabalho. Precisamos oferecer um resultado ágil e satisfatório para a sociedade e o Mutirão Cartorário atende essa necessidade", destacou o delegado, que agradeceu o apoio do poder público, dos delegados locais, da Brigada Militar, de algumas empresas e do secretário Adriano José da Silva, da Semcas (Secretaria de Cidadania e Assistência Social), que disponibilizou as salas para o trabalho dos agentes cartorários.
A delegada de polícia, diretora da Divisão de Assessoramento do Departamento de Polícia do Interior e coordenadora do projeto, Aurea Regina Hoeppel, destacou a importância do mutirão que vai agilizar o encaminhamento dos inquéritos policiais e dos procedimentos instaurados para o Fórum, possibilitando que sejam concluídos mais rapidamente.
Segundo a delegada, por aonde as equipes do mutirão passaram, os objetivos foram plenamente alcançados e algumas metas, inclusive, superadas. "Trabalhávamos com a possibilidade de despachar para a Justiça 27 mil procedimentos, no entanto, já superamos esse número, que já chega à casa dos 32 mil inquéritos encaminhados", relatou.
O que é o Mutirão Cartorário
O Mutirão Cartorário é uma iniciativa da Polícia Civil para desafogar os serviços burocráticos das delegacias que estão parados, seja pelo grande número de procedimentos ou pela falta de servidores. Esse é um serviço itinerante que passa por cidades com grande volume de inquéritos policiais instaurados nas delegacias.
Dependendo da demanda, o cartório pode ficar em cada cidade por um prazo máximo de 60 dias, como é o caso de Passo Fundo. O trabalho dos policiais cartorários prevê além do encaminhamento dos inquéritos ao Fórum, a intimação de pessoas, oitivas de envolvidos e outros métodos legais necessários para dar sequência aos procedimentos, cuja autoria dos delitos já seja de conhecimento da polícia.
O projeto em Passo Fundo
Segundo o delegado Ruschel, foram pré-selecionados 2 mil procedimentos policiais para serem despachados pelo projeto de mutirão. A escolha deu-se principalmente pelo fator gravidade. Foram escolhidos inicialmente inquéritos policiais envolvendo homicídios, latrocínios, roubos com agressão física e demais delitos elencados por importância. Em um segundo momento, conforme o delegado, outros inquéritos poderão também ser encaminhados para a Justiça dentro do projeto de mutirão, se a meta for superada no prazo estabelecido de 60 dias.