Leonardo Andreoli/ON
A Brigada Militar, o Ministério Público, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e a Polícia Federal realizaram na manhã de ontem uma operação de busca e apreensão no Presídio Regional de Passo Fundo. A operação teve como base uma determinação da Justiça Federal de Carazinho que expediu mandado de busca e apreensão em uma cela da casa prisional. Para aproveitar o contingente de quase cem homens e evitar uma nova mobilização que seria necessária em breve, a intervenção foi estendida para todo o presídio. Drogas, celulares, dinheiro e armas brancas estão entre os materiais apreendidos.
O diretor do presídio, Olmir Paludo, explica que a ação foi após a informação de que um preso estaria usando um celular dentro da casa prisional. No entanto, 26 celulares foram encontrados durante as revistas. "Aproveitamos que a Brigada Militar se encontrava no local assim como promotores e a Polícia Federal. Após uma reunião decidimos fazer a revista em todo o presídio", reforça. A operação teve início por volta das 6h e encerrou às 14h.
De acordo com o major André Pithan, um dos responsáveis pela ação, o material apreendido foi entregue à Polícia Civil. Apesar do pente-fino realizado ontem, a Susepe tem ações rotineiras de revista e apreensão nas celas da casa prisional. "A BM continua apoiando tanto a Susepe quanto o Ministério Público nesse tipo de serviço", afirma. O 3° Batalhão de Operações Especiais atuou com cerca de 80 homens.
Ação estadual
O promotor de Justiça Marcelo Pires, responsável pelas Execuções Criminais no Ministério Público, explica que a operação integra as diretrizes traçadas pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas - formado por todos os MPs do Brasil. A operação foi realizada também em Rio Grande e Porto Alegre. Para ele, a integração entre as instituições na revista geral demonstra o interesse da Susepe em efetuar esse tipo de operação para manter a ordem e a segurança dentro da casa prisional.
Crime organizado
A ação do MP na ação visa principalmente ao combate ao crime organizado. O número de celulares encontrados na penitenciária mostra que os detentos mantêm contato com o mundo exterior. "Eles podem solicitar envio de drogas, administrar o crime organizado e até mesmo pedir a eliminação de pessoas que estão fora. A gente combate muito essa questão em decorrência disso. Ainda que o sujeito esteja recolhido, ele continua trabalhando para o crime de dentro do sistema, o que é inadmissível, daí a nossa ação para coibir isso ao máximo", observa.
Superlotação
O Presídio Regional de Passo Fundo conta atualmente com sete alojamentos, 43 celas e um anexo, que comportam 594 detentos em regime fechado e 216 no albergue. A superlotação é outro facilitador para a entrada de drogas e celulares na casa prisional e a circulação desses objetos de uma cela para outra. "A gente sabe que isso existe e entra no presídio. A nossa função é justamente essa, a de coibir a entrada e manter a fiscalização para retirar ao máximo esses objetos ilícitos", conclui o promotor.