O Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência (Proerd) formou na tarde de ontem mais 700 crianças. Estudantes de escolas públicas da cidade têm agora mais um motivo para ficarem longe das drogas: a informação. Com a nova turma, somente neste ano o número de crianças atendidas pelo programa já chega a 1,8 mil. A solenidade aconteceu no 3° Regimento de Polícia Montada (RPMon).
Carlos Alberto da Cruz e Azelir Zancanaro são os pais da pequena Sthefany da Cruz, de 10 anos, estudante da quarta série da escola Jerônimo Coelho. Para eles o programa é o caminho para manter as crianças longe das drogas. “O Proerd prepara as crianças para que elas não tenham vontade e saibam como agir quando a droga se aproximar”, pontua o pai. Ele complementa que deveria haver um investimento maior por parte dos órgãos públicos. Para a mãe, a iniciativa foi fundamental para mostrar à filha coisas que ela não conhecia sobre as drogas. “As crianças entenderam e levaram pra casa o que eles ensinaram. Ela não tinha noção de todos os males que as drogas podem trazer”, pontua Azelir.
Não
Os estudantes da quarta série da Escola Estadual Anna Willig, Henrique da Silva, 11, Guilherme Werner, 11, Yuri Bueno, 10, e Welington Azeredo, 10, concordam que o programa serviu para mostrar que o perigo está também em drogas como o álcool e cigarro. Eles admitem que não sabiam de todos os problemas que o uso dessas substâncias pode trazer e são unânimes ao dizer que não usariam drogas caso lhes fosse oferecida.
Para a professora Vanusa de Oliveira, o Proerd ajuda a prevenir que as crianças se aproximem das drogas. “Hoje em dia eles oferecem na porta da escola. Aquilo que as crianças aprenderam na escola elas levaram para casa e ensinaram também os pais”, destaca. Para ela o programa resultou até em melhorias no comportamento dos estudantes.
Pesquisa
De acordo com o soldado Lucio Alebrant, mentor do Proerd na cidade, um trabalho de conclusão de curso desenvolvido por um coronel da BM com relação ao Proerd no Estado apontou que menos de 1% dos participantes do programa tiveram envolvimento com violência ou com drogas. Neste ano foram enfatizados os trabalhos em escolas mais afastadas do centro da cidade. “Fizemos reuniões com pais e professores para ter o retorno e percebemos que os pais agradecem, que os filhos mudaram. Trabalhamos o aspecto família, amizade, questões das pressões”, comemora.
Na cidade
Em Passo Fundo o Proerd é desenvolvido desde o ano de 2000, e já atendeu mais de 45 mil crianças, só neste ano foram 1,8 mil. Além de Alebrant o programa conta com o trabalho das Instrutoras Proerd soldado Daniela Pimentel da Rosa e soldado Ana Regina Pimentel.
O Proerd é baseado no programa norte-americano Drug Abuse Resistance Education (D.A.R.E.), que foi iniciado em Los Angeles, Califórnia, em 1983, e já é aplicado em outros 50 países envolvendo 60 mil policiais. No Estado já foi desenvolvido em 451 municípios, desde sua implantação em 15 de julho de 1998, e já formou mais de 600 mil alunos das escolas da rede pública e privada. Os Policiais Militares desenvolvem um trabalho educativo de prevenção, de forma voluntária, pois além de suas atividades de policiamento, contribuem semanalmente com parte de seu tempo para atuar no programa.
Como funciona
O Proerd é desenvolvido semanalmente e inclui 10 lições. As atividades integram o currículo normal da escola, como se fosse uma disciplina. O material didático utilizado no Brasil é o mesmo que outros 50 países ocupam.
