Redação ON
A equipe de investigações da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), comandada pelo delegado Gilberto Mutti Dumke, continua investigando o caso da mãe usuária de crack que teria vendido a filha por R$ 50. As primeiras informações do caso foram passadas ao Conselho Tutelar de Passo Fundo através de denúncia, e o Conselho, por sua vez, informou à DPCA, que começou o trabalho de investigação. Foi descoberto o paradeiro da criança, que vivia com a mãe adotiva, suspeita de ter efetuado o pagamento à mãe biológica.
Segundo conhecidos da mãe adotiva, de 22 anos, ela teria sofrido de uma gravidez psicológica, e dizia estar grávida de um menino, além de ter passado um tempo fora de casa, retornando já com a criança, no início do mês. Ela contou que a criança teria nascido no município de Machadinho.
Com o início das investigações, a mãe adotiva foi submetida a exames que comprovariam se ela teria tido, de fato, um parto. Os exames atestaram que a mulher não possuía sinal de parto recente. O fato de a criança parecer também muito maior que um recém nascido também chamou a atenção. Ela então contou à polícia que uma mulher residente na Vila Jardim teria uma criança e não teria condições de cuidar dela, por isso iria entregar a menina à outra pessoa.
Para o delegado Gilberto Mutti Dumke, as investigações estão ainda no começo. “Existem divergências nas versões apresentadas até agora. Nesta semana deveremos tomar os depoimentos de familiares para chegarmos o mais próximo possível da verdade neste caso”, disse. E acrescentou. “Isto é só uma mostra do que o crack é capaz de fazer”.
De acordo com a conselheira tutelar Tereza Cappellesso, a criança passa bem e está em uma casa de acolhimento. “Na verdade, tudo o que sabemos é que o plantão do Conselho Tutelar foi comunicado do caso e fomos averiguando a denúncia. Depois repassamos o caso à DPCA, que é quem faz as investigações”, disse.
A mãe biológica da criança disse aos policiais que o responsável por entregar a criança mediante pagamento teria sido o seu companheiro, também usuário de crack. Ele disse em depoimento à polícia que entregou a criança a um casal.
Existem informações ainda não confirmadas de que a criança tenha nascido em frente ao Cais (Centro de Atendimento Integrado à Saúde) do bairro Petrópolis, e logo depois mãe e filha teriam sido conduzidas ao Hospital São Vicente de Paulo.