Enquanto seguem os conflitos entre manifestantes pró e contra o governo do Egito no centro do Cairo, o novo vice-presidente do país, Omar Suleiman, disse hoje (3) que convidou o principal movimento oposicionista egípcio, a Irmandade Muçulmana, para dialogar. Entretanto, em entrevista à TV estatal egípcia, Suleiman disse que os membros do grupo estão hesitantes em relação ao convite.
A Irmandade Muçulmana, o maior e mais organizado grupo de oposição ao presidente Hosni Mubarak, está oficialmente proibida de atuar, mas é tolerada pelo governo e seus integrantes concorrem em eleições como candidatos independentes. Analistas dizem que a abertura de um diálogo com o grupo representa uma grande mudança de postura do governo.
Suleiman rejeitou as exigências dos manifestantes de dissolução do Parlamento, afirmando que este “é necessário para avaliar o tema das reformas constitucionais”. Ele disse ainda que as eleições presidenciais devem ocorrer em setembro, como originalmente planejado.
"O presidente não se candidatará, nem seu filho", afirmou o vice-presidente, referindo-se a rumores que há anos circulam no Egito de que Gamal Mubarak poderia suceder o pai, o presidente Hosni Mubarak.
O vice-presidente, que até a semana passada ocupava o cargo de chefe da inteligência, pediu tempo para que o governo possa atender as exigências dos manifestantes.
Ele disse ainda que "pedir pela saída de Mubarak é pedir pelo caos" e que a "intervenção externa em nossos assuntos é estranha, inaceitável e algo que não permitiremos".
Suleiman disse que o setor de turismo do país perdeu pelo menos US$ 1 bilhão nos últimos nove dias e que 1 milhão de turistas deixaram o Egito desde o início dos tumultos, na semana passada.
Agência Brasil