O projeto de criação do Departamento de Homícídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi apresentado, nesta segunda-feira (7), ao secretário da Segurança Pública, Airton Michels, pelo chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Júnior.
A atuação desse departamento da Polícia Civil poderá reduzir os casos de homicídio, considerada a ocorrência mais representativa dos índices de criminalidade.
O secretário Airton Michels pretende, nos próximos dias, fazer uma análise detalhada do projeto. "Vamos estudar a adequação da proposta à diretriz do governo do Estado em reduzir ainda mais o número de homicídios no Estado", declarou o secretário. Conforme as estatísticas, já houve uma diminuição de 20% nos índices desse crime entre janeiro de 2010 e de 2011, passando de 175 para 140.
Considerando-se que este projeto tenha prosseguimento, pode-se levantar uma questão: Passo Fundo teria necessidade de contar com uma delegacia de Polícia especializada em homicídios?
Segundo o delegado regional, Paulo Videla Ruschel, sim. “Vemos esta possibilidade com bons olhos. Esta delegacia especializada viria para contribuir com a redução dos índices de homicídios consumados em Passo Fundo e também as tentativas, que são a maioria”, explicou.
Através de um estudo da Secretaria de Segurança, foi constatado que Porto Alegre e Região Metropolitana, Caxias do Sul e Passo Fundo apresentavam o maior índice de homicídios para cada 100 mil habitantes.
O delegado também afirmou que uma delegacia especializada daria, além de agilidade, uma qualidade melhor aos inquéritos policiais apresentados à Justiça. “Uma delegacia especializada permite um inquérito com mais qualidade, bem como preservação de provas, o que ajuda na condenação de um eventual acusado”, disse.
Porém, somente a necessidade não é suficiente para a implantação de uma delegacia especializada em homicídios. De acordo com Ruschel, para que isto possa tornar-se uma realidade são necessários alguns requisitos a serem atendidos. “Não podemos simplesmente criar uma delegacia, é necessária toda uma estrutura, bem como funcionários, viaturas, móveis, armamentos, entre outras coisas imprescindíveis”.
A questão relacionada ao material humano que seria utilizado pela delegacia, em caso de implantação, passaria pela turma de agentes que prestou o último concurso público para a Polícia Civil, porém estes novos agentes só estariam disponíveis para o trabalho após o curso da Academia de Polícia. “O curso leva cerca entre três e quatro meses para ser concluído, portanto não teríamos condições de avaliar quando estes novos agentes estariam prontos”, ponderou o delegado.