BM abre inquérito para apurar se houve omissão

Família de mulher que morreu queimada pelo marido acusa a polícia de não ter atendido ao chamado do 190 para evitar a agressão. BM já constatou que pelo menos uma ligação foi feita às 16h do dia 27 de janeiro

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Redação ON

O Comandante do CRPO Planalto Ten. Cel. João Darci Gonçalves da Rosa determinou ontem a abertura de Inquérito Policial Militar para apurar se houve omissão, prevaricação ou falha por parte dos policiais que estava em serviço no dia em que Noeli Elizabete Inocêncio foi agredida e teve a casa incendiada pelo ex-companheiro. Segundo o comandante, o 190 registrou uma ligação às 16h do dia 27 de janeiro e na noite quando ocorreu o incêndio na Vila Bom Jesus. Noeli teve 60% do corpo queimado e na terça-feira morreu na CTI do Hospital São Vicente, depois de passar 19 dias internada. A família da vítima acusa a BM de omissão e diz que o crime poderia ter sido evitado se o chamado tivesse sido atendido ainda na parte da tarde.

Em entrevista ao jornal O Nacional, a mãe da vítima Genilce Inocêncio, disse que ligou para o 190 no momento em que a filha estava sendo agredida pelo ex-companheiro. Segundo Genilce foram várias ligações que ela própria fez e outras feitas por vizinhos.

Em nota divulgada ontem pelo comando, o Ten. Cel. Gonçalves esclareceu que ao declarar para ON que desconhecia a ocorrência foi porque estava em férias na segunda quinzena de janeiro e não se encontrava no município. No entanto, reafirmou que assim que tomou conhecimento dos fatos determinou apuração. Diz a nota: “Com referência a ocorrência no Bairro Bom Jesus, adiantamos que realmente houve a chamada no fone 190, no período da tarde, após as 16h e à noite, quando acontecia o incêndio causado pelo vulgo “peruzinho”. Este Comando determinou a abertura de Inquérito Policial Militar para apurar se houve omissão, prevaricação, enfim, alguma falha por parte dos Policiais que estavam de serviço na Sala de operações e no Policiamento Ostensivo deste município, naquela data.”

O Comando explicou ainda todas as chamadas para o 190 são gravadas em equipamento próprio para o serviço, permanecendo à disposição para o uso em procedimento de correição e ajuste do serviço. “Quando chega ao nosso conhecimento notíciais de irregularidades no atendimento, este Comando, de imediato, busca tomar conhecimento da irregularidade e procura corrigir com medidas de orientações, instruções, correção nos procedimentos e em caso de falha administrativa, toma-se medidas que a disciplina militar nos oportuniza”, acentuou

Repercussão

O 190 recebe uma média de 700 ligações diárias, chegando a pico de 1.200 telefonemas. São ligações de toda ordem como reclamação de barulho, de pessoas que caminham com cachorros e estes defecam nas calçadas, de crianças brincando com carrinhos de rolimã, são trotes (efetuados por crianças e adultos), ligações que não se completam ou erradas, pedidos de informações, denúncias, etc. O comando do CRPO assegura que o profissional é devidamente orientado e preparado e sabe quando há a necessidade do deslocamento da guarnição. Por esta razão, assegura que se este profissional errar, ele vai ser cobrado.  Gonçalves diz que a BM não compactua com nenhum tipo de violência. “Muito pelo contrário, combatemos a violência. Basta analisar as ações da Brigada Militar em nosso município e região, nos últimos anos”.

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