Gerson Lopes/ON
Um dos crimes que mais preocupa os passo-fundenses voltou a crescer nas estatísticas policiais e chama atenção dos especialistas de segurança na cidade. Somente no primeiro trimestre, foram registradas 78 ocorrências de roubo de veículos. Na maioria deles, as vítimas são levadas como reféns, configurando o seqüestro relâmpago.
Mesmo apresentando uma redução significativa de 42% de casos em relação ao mesmo período de 2010, o crime vem aumentando mês a mês em 2011. Em janeiro foram 22 roubos, em fevereiro subiu para 25, e março fechou com 31 ocorrências.
Os três roubos registrados somente na primeira semana de abril confirmam a tendência de crescimento. Dois deles aconteceram na noite passada, num intervalo de apenas 15 minutos, tendo como alvo duas mulheres. No primeiro, por volta das 21h15min, na rua Eduardo de Brito, vila Annes, a vítima, de 33 anos, estacionava seu Voyage quando foi surpreendida por um assaltante. O homem assumiu o volante e rodou por cerca de 20 minutos. Durante a fuga, utilizando uma arma de brinquedo, por várias vezes agrediu a mulher com coronhadas na cabeça.
O assaltante, de 27 anos, acabou preso em flagrante pela Brigada Militar, momentos após ter libertado a vítima. Ele estava em liberdade condicional e tem antecedentes por roubo e furtos.
No segundo assalto, uma mulher, de 65 anos, embarcava em um Honda Civic, na rua Sete de Setembro, bairro Nonoai, quando o assaltante se aproximou e arrancou as chaves de suas mãos. A mulher conseguiu abrir a porta do caroneiro e fugiu. Até ontem à tarde, o veículo não havia sido localizado.
Ao analisar os números, o delegado Regional, Paulo Videla Ruschel, comenta que estatística de roubo de veículo passou a ter uma redução a partir do segundo semestre de 2010, em razão das operações Monarca, no mês de fevereiro, e Lagoão, desencadeada em agosto. Nas duas ações, os policiais tiraram de circulação mais de 30 pessoas envolvidas em esquemas de desmanche, venda de veículos para o Paraguai e cobrança de resgate para devolução de carro roubado. Por outro lado, o policial já demonstra preocupação com os novos índices.
“Os números mostram essa diferença, no primeiro trimestre de 2010 foram 135 roubos contra 78 no mesmo período deste ano. Porém, 2011 vem apresentando um aumento a cada mês, já estamos analisando os fatores responsáveis por esse aumento” comenta.
Para ele, os carros roubados têm diferentes destinos. Alguns são levados para desmanches, outros entregues por encomenda, e uma parcela usada para a prática de assaltos.
Sobre a freqüência dos casos em que as vítimas são feitas reféns e levadas pelos bandidos, Ruschel comenta que a estratégia tem a finalidade de ganhar tempo e tranqüilidade na fuga. “Quando libertam a vítima, sem celular, normalmente já estão distante da cidade, atrasando o trabalho da polícia” diz.
