Gerson Urguim/ON
A motocicleta é o meio de transporte mais prático sob o ponto de vista da agilidade que proporciona em relação aos carros de passeio, por exemplo. Mas apesar das vantagens que o veículo de duas rodas pode oferecer, também existem os pontos negativos, especialmente quando o assunto são os acidentes de trânsito.
Até o final da tarde de quarta-feira (13), mais dois acidentes envolvendo motocicletas foram registrados. O primeiro aconteceu no cruzamento da Rua Benjamin Constant com a Rua Paissandu, onde uma motociclista de 20 anos ficou ferida após colidir contra uma caminhonete Toyota Hilux, com placas de Balneário Camboriú, que invadiu a preferencial. A jovem teve ferimentos e foi encaminhada ao Hospital da Cidade.
O outro acidente ocorreu na Avenida Brasil, entre as ruas Capitão Eleutério e Fagundes dos Reis onde outra motociclista ficou ferida e foi socorrida.
Os índices vêm aumentando no trânsito pouco civilizado de Passo Fundo, e como diz o ditado, o pára-choque da motocicleta é a cabeça do motociclista. De acordo com dados da Guarda Municipal de Trânsito, até o momento foram registrados 623 acidentes, sendo que 77 deles envolvendo motocicletas. Os acidentes atendidos pela Guarda Municipal de Trânsito são aqueles em que são registrados apenas danos materiais.
Já o Corpo de Bombeiros, que realiza a grande maioria dos atendimentos em acidentes de trânsito com lesões, registrava até a tarde de ontem (13), 128 atendimentos a acidentes envolvendo motocicletas e com lesões desde o início do ano de 2011. No ano passado, no mesmo período foram registrados pelo Corpo de Bombeiros 63 ocorrências envolvendo motocicletas, metade dos acidentes em 2011.
Reflexo
Segundo o tenente Paulo Roberto de Souza, do Corpo de Bombeiros, o aumento da frota de motocicletas contribui para o aumento nos números de acidentes. “Além do crescimento da indústria, que injeta cada vez mais veículos nas ruas, temos também um trânsito complicado em Passo Fundo, especialmente em horários de pico. Estes fatores, somados à impaciência de alguns condutores e a facilidade que a motocicleta tem em se deslocar por entre os veículos, além do excesso de velocidade podem ser apontados como as principais causas de acidentes envolvendo motocicletas”, afirmou.
Mapa da violência
Em 10 anos, o número de motociclistas mortos em acidentes de trânsito aumentou 754%. De acordo com complemento do estudo Mapa da Violência 2011, divulgado na quarta-feira (13) pelo Instituto Sangari, em 1998 foram 1.047 mortes de motociclistas no país. Em 2008, esse número subiu para 8.939 mortes.
De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito, em 1970, em um total de 2,6 milhões de veículos, só existiam registradas 62.459 motocicletas - 2,4% da quantidade de veículos. Em 1998, a quantidade de motocicletas subiu para 2,8 milhões, o que representa 11,5% da frota total do país. Em 2008, o número saltou para 13,1 milhões, representando 24% do total nacional de veículos.
As maiores vítimas dos acidentes são jovens, de 15 a 24 anos. Alguns dirigem sem habilitação e os demais se arriscam nas vias urbanas em alta velocidade. Entretanto, também há casos em que automóveis causam os acidentes.
Enquanto não se encontra uma forma de evitar os acidentes, o que resta é tentar amenizar os danos, quando o evento ocorre. Segundo o tenente Roberto, existem alguns procedimentos a serem tomados pelas pessoas em casos de acidentes envolvendo motociclistas. “Em primeiro lugar é necessário acionar o socorro especializado e evitar movimentar a vítima, já que, caso exista alguma lesão, ela pode ser agravada. Sinalizar o local do acidente, sempre tomando o cuidado de se proteger para que não ocorra outro acidente no local”, explicou.
