Melhores amigos da segurança

Cães treinados pelo Batalhão de Operações Especiais Brigada Militar são utilizados em ações de desordem civil e na busca por entorpecentes

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Gerson Urguim/ON

Há milhares de anos os cães servem ao ser humano tanto como animal de estimação, para o trabalho, e, em algumas regiões do planeta, também como alimento. Hoje em dia, além de todas estas utilidades, o convívio com animais de estimação também é considerado um dos melhores recursos terapêuticos disponíveis. Esta interação permitiu que os animais fossem utilizados por diversas forças de segurança ao redor do mundo, inclusive pela Brigada Militar, mais precisamente, pelo Batalhão de Operações Especiais (BOE).

São 11 cães das raças Labrador, Dobermann, Pastor Alemão, Pastor Alemão Branco, Pastor Belga Malinois, Weimaraner e Rottweiler, treinados para farejar drogas e para choque e controle de tumultos civis, como motins em presídios, invasões de terra e assim por diante. “O pastor alemão é utilizado pelas polícias do mundo inteiro. O Rottweiler é utilizado por ser um cão de impacto, é utilizado em situações de choque”, explicou o sargento César, que trabalha com os cães desde 1992.

O treinamento do cão é constante, e se estende por toda a vida. “Todo cão aprende, independentemente da idade. Os órgãos de polícia, para empregar o cão em atividades policiais sempre priorizam o treinamento entre os oito meses e um ano de idade, que, de acordo com a cinofilia (ciência que estuda os cães), é o período em que os animais estão mais receptivo a estas informações para um futuro trabalho”, disse o sargento Tomaz, também membro do BOE e responsável pelo treinamento dos cães.

A reposição dos cães, já que eles após um tempo de serviço se aposentam, é feita, em grande parte através de doações. “Quanto a produção, ainda não temos um trabalho efetivado. Trabalhamos com a doação de cães, e os que se adaptarem ao trabalho, ficam conosco. Às vezes conseguimos alguma ninhada, mas é muito pouco”, explicou o sargento Tomaz.

O processo de treinamento dos cães envolve diversas etapas, incluindo uma socialização, que permite ao animal circular em diversos ambientes sem ser afetado por isso. “Por exemplo, estes cães não têm medo de estampidos. Os cães se adaptam a ruído de tiros, de explosão de bombas. Eles têm de ser cães de guerra”, afirmou o sargento César. Nos primeiros três meses os cães passam por um processo de adestramento.

Outro aspecto citados pelos policiais é referente à lealdade dos cães para com eles. “O cão pode morrer por nós. Em caso de confronto com uma pessoa armada, o cão é lançado na frente, já que não é fácil atirar e acertar em um alvo móvel por exemplo” esclareceu o sargento.

O sargento Tomaz explicou que em caso de alguém quiser usar cães para a defesa de propriedade. “Todo cidadão que quiser fazer a proteção de pátios, por exemplo, utilizando cães, deve aprender sobre a raça do animal que irá adquirir, sobre o comportamento em relação à família, ou com crianças, e priorizar o adestramento, que facilita o manuseio do animal, tanto no caso de defesa, ou instigar o animal ao ataque”, elucidou.

Durante demonstração de uma cadela pastora alemã branca, treinada para farejar entorpecentes, ficou evidente a interação entre os cães e os policiais. Uma pequena porção de drogas foi escondida na lataria de um veículo. Em poucos minutos, e com o auxílio de uma bolinha de tênis, que serve como brinquedo, a droga foi encontrada. “É importante que, após o cachorro executar a tarefa com sucesso ele receba carinho, ou um brinquedo”, contou o sargento César.

O sargento César resume muito bem a relação entre o homem e os cães. “O cão é muito melhor que qualquer homem. Ele não se venderá por dinheiro. É só observar estes andarilhos que se vê por aí. Ninguém vai chegar perto para agredir esta pessoa. O cão vai protegê-la”. E concluiu. “Eu gosto de cachorros, não importa a raça. Muita gente tem cachorros por uma questão de status, pagando muito dinheiro por eles.

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