Gerson Lopes/ON
O auditório do fórum ficou completamente lotado ontem, durante o julgamento do motorista aposentado, Gilmar da Silva de Matos, 48 anos, acusado da morte de Carina dos Santos da Luz, 21 anos, ocorrida em 27 de abril, de 2009, na vila Operária. Ele respondia por homicídio e tentativa de homicídio, ambos duplamente qualificados - motivo fútil e impossibilidade de defesa das vítimas -, além do crime de receptação. A arma usada por ele, um revólver calibre 38, constava como furtado desde 1992. Até o fechamento desta edição a sentença não havia sido promulgada.
A sessão, presidida pelo juiz Sebastião Francisco da Rosa Marinho, iniciou às 9 horas, e se estendeu durante toda a tarde com os depoimentos de oito testemunhas de defesa e quatro de acusação. O réu começou a ser ouvido por volta das 17h30. Em sua versão, disse ter efetuado os disparos contra Carina, e o amigo dela, Claudio Roberto Rufino Pinheiro Proença, 36, apenas com a intenção de assustá-los, porque teria vistos os dois perto da grade da casa, tentando entrar no pátio. Através da janela do segundo andar de sua residência, ele efetuou um disparo de espingarda e outros três de revólver, o primeiro deles alega ter sido acidental, quando as vítimas já estavam na parada de ônibus existentes no outro lado da rua. Um dos tiros acertou as costas de Carina, que acabou morrendo. Matos disse ter ficado sabendo da morte da jovem apenas no dia seguinte.
Proença, que conseguiu escapar, prestou depoimento e depois ocupou uma das cadeiras do auditório para acompanhar atentamente a sessão. Amigo de Carina havia mais de 10 anos, ele contou que os dois retornavam para casa, por volta das 2 horas, após terem saído de uma festa, quando ela reclamou de dores no pé. “ Paramos no ponto do ônibus para ela tirar o calçado, e ele simplesmente abriu a janela da sacada e, sem dizer uma palavra, começou a atirar de espingarda e revólver. Corremos uns cinco metros e Carina disse que havia sido atingida. Liguei para um amigo e levamos ela para o hospital, mas já era tarde. Eu escapei por sorte” lembra. O revólver usado no crime foi encontrado por policiais em um terreno baldio, ao lado da casa do réu.
Familiares e amigos da vítima também acompanharam a sessão. Na acusação, atuaram o promotor de justiça Diego Mendes de Lima, e na assistência, o advogado Jabs Paim Bandeira. A defesa do réu foi feita pelo advogado Jader Marques.
Auditório lotado em julgamento de homicídio ocorrido em 2009
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