Gerson Urguim/ON
O trajeto inicia na Avenida Brasil, em frente ao Campus III da Universidade de Passo Fundo em direção à Vila Donária. O ônibus da Codepas que faz a linha São Cristóvão Vila Donária levou cerca de 20 minutos para chegar ao ponto. O itinerário da linha segue pela Avenida Brasil, ERS-153, faz uma conversão à esquerda e após alguns poucos minutos acessa a Vila Donária.
Durante o trajeto até a Donária e mesmo já dentro do bairro, as ruas são de chão batido, a paisagem não muda muito, casas simples e barracos vão ficando para trás. Em um bom trecho não há sinal de calçamento ou asfalto. Somente quando o ônibus chega próximo a um conjunto de casas populares surgem o asfalto e o calçamento.
Cerca de 20 minutos após a saída, o ônibus já está no local de destino. Um local que tem sido perigoso para motoristas e cobradores, sendo um dos pontos com mais alto índice de criminalidade do município. Foi exatamente ali que um motorista e um cobrador foram esfaqueados na noite de quinta-feira durante um assalto.
Segundo a cobradora do ônibus, de 37 anos, os trabalhadores do transporte público não se sentem seguros para exercer suas funções naquela região da cidade. “Saímos para trabalhar e não sabemos o que pode acontecer. Apesar de esta não ser uma linha muito movimentada, os ladrões acreditam que temos dinheiro dentro do ônibus, quando na verdade não temos”, disse ela que trabalha na Codepas a cerca de um mês e sempre trabalhou no mesmo itinerário, com exceção desta semana.
A cobradora trabalha no mesmo horário em que o ônibus da Codepas foi assaltado, na Rua Miguelzinho Lima. “Trabalhei em outra linha durante toda a semana e estou retornando hoje (1°), devido ao que infelizmente aconteceu com o nosso colega”, explicou. O que a cobradora se refere é ao fato de seu colega ter sido esfaqueado na noite de quinta-feira durante o assalto ao ônibus, após ter supostamente levantado da cadeira. O motorista foi em socorro do colega e também foi ferido. Mesmo assim ele ainda conseguiu levar o ônibus até o Hospital São Vicente de Paulo onde foram atendidos, o cobrador, inclusive, teve de ser operado.
Acusados foram presos na manhã de sexta-feira (1°)
Os autores do assalto foram presos pelo Pelotão de Operações Especiais da Brigada Militar durante a manhã de sexta-feira (1°), na Rua Cristiano Oliveira dos Santos, na Vila Santa Marta.
Através de informações de populares, os policiais conseguiram fechar um cerco aos dois acusados que estavam andando pela vizinhança pedindo abrigo a conhecidos após o crime. Ninguém aceitou abrigar os dois criminosos de 20 anos, um deles foragido da Justiça por roubo.
Com os acusados, os policiais encontraram o dinheiro roubado, vales transporte e uma faca. A outra arma utilizada no assalto não foi localizada. Os bandidos estavam usando as mesmas roupas que vestiam no momento do assalto, o que facilitou a identificação deles pelos policiais.
Os acusados foram conduzidos ao Hospital São Vicente de Paulo para exames de lesões corporais e foram levados para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento. Gério Correia, 20 anos foi recolhido ao Presídio Regional de Passo Fundo. Já Macson Correia, também de 20 anos, teve a prisão temporária de cinco dias decretada pela Vara de Execuções Criminais a pedido da delegada Daniela de Oliveira Minetto, titular da 1ª Delegacia de Polícia, e também foi recolhido ao Presídio Regional.
Os dois foram reconhecidos por outras vítimas de roubos a pedestres, no bairro Boqueirão. Uma das vítimas reconheceu pela televisão o moletom roubado que estava sendo usado por um dos ladrões.
De acordo com a delegada Daniela, nos próximos dias policiais realizarão diligências na busca de outras vítimas da dupla e também farão o reconhecimento com o motorista e o cobrador do ônibus assaltado. “Poderemos realizar o reconhecimento até mesmo com imagens fotográficas, e a partir disto, será possível pedir a prisão preventiva do acusado”, explicou a delegada.