Descarga elétrica mata dois operários

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Um acidente com ares de tragédia matou duas pessoas durante a tarde de sexta-feira (16), na Rua Antoninho Lima, no bairro Santa Marta. O eletricista Ademir de Ramos dos Santos, de 36 anos, e o agricultor Brás Ademir Santin, de 55 anos, morreram enquanto trabalhavam na troca de um poste da rede elétrica, como parte da reforma que era realizada em uma residência. O poste, que é feito de concreto pré moldado e possui ferro na composição, tocou nos fios de alta tensão, causando a morte instantânea das vítimas.

A Brigada Militar, o Corpo de Bombeiros, a Equipe Volante da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento e o Instituto Geral de Perícias estiveram no local do acidente.

Segundo o proprietário da residência, o aposentado Alberi Ferreira da Costa, que contratou o eletricista para realizar a tarefa, a descarga foi tão violenta que ele foi arremessado para fora do caminhão que transportava o poste. “Era como um filho pra mim”, disse.

O motorista do caminhão, Sidnei Camargo, de 28 anos, que estava próximo do local onde a descarga ocorreu, também foi arremessado para longe. “Tínhamos descarregado o poste estávamos começando a levantá-lo. Eu estava em cima do muro e quando o vento balançou os fios eles entraram em contato com o poste e aconteceu a descarga. Eu fui jogado longe. Quando eu consegui olhar os dois estavam pegando fogo. Com o extintor do caminhão consegui apagar o fogo dos corpos deles”, contou. O motorista do caminhão também ficou isolando o local até a chegada da Brigada Militar.

De acordo com testemunhas, Santin, a outra vítima, estava em um bar, ao lado da casa onde era realizada a reforma quando se ofereceu para ajudar aos que estavam tentando trocar o poste.

Interrupção do fornecimento de energia
Com a descarga elétrica provocada pelo acidente, parte da cidade, cerca de 4,2 mil clientes da concessionária de energia elétrica, ficou sem luz por cerca de uma hora. Conforme o gerente de divisão da RGE, Marcus Ostwald, a tensão elétrica que atingiu as vítimas foi de cerca de 8 mil volts, e que somente um laudo da perícia poderá dizer se a rede elétrica está situada dentro da altura regulamentada. “Quando ocorrem situações em que a construção avança sobre a rede, temos um canal do 0800 aberto, para que a população nos avise, para que possamos verificar se existe risco e caso haja, nós eliminamos, para que não aconteça uma situação com esta”, explicou. A tensão elétrica da rede no local é de 13,8 mil volts.

Conforme informações do Núcleo de Comunicação da RGE, existe uma regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que determina que os postes e a fiação elétrica devem ter altura mínima de seis metros.

O gerente também esclareceu que, a princípio, não era possível afirmar se a fiação estava na altura estabelecida como segura. “Não existem dados oficias, já que a perícia ainda não foi realizada, mas a percepção que temos do local é de que a rede se encontra dentro dos seis metros de altura. A gente observa também um avanço da residência sobre o passeio e isto pode ter contribuído para a ocorrência do acidente”, declarou.

Perícia
Com a informação se disseminando, um grande número de curiosos se aglomerou em frente á casa e só dispersou após a retirada dos corpos das vítimas. Os corpos permaneceram junto ao muro até a chegada da equipe do Instituto Geral de Perícias. A todo momento chegavam amigos e familiares desconsolados e em busca de informações.

O fio que causou o acidente foi desligado pela RGE, que, por precaução, também isolou a fiação para que as peritas pudessem executar o trabalho em segurança.

Os corpos foram retirados pelo Corpo de Bombeiros e removidos por carros funerários para necropsia no Departamento Médico Legal na Universidade de Passo Fundo.

Atualizada às 22h15

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