Os peritos do Laboratório de Perícias do Instituto-Geral de Perícias (IGP) constataram a presença da substância Levamisol, utilizada como medicamento antiparasitário, em 301 amostras oriundas da capital e do interior do Estado, encaminhadas para análise. Embora a identificação dessa substância tenha sido realizada em janeiro deste ano, desde 2009 os peritos vinham observando, com regularidade, a presença de um adulterante incomum na droga.
O levantamento realizado em agosto e setembro deste ano, pelo setor de drogas brutas do Laboratório de Perícias com 601 amostras de cocaína identificou a presença de levamisol. A utilização do levamisol como adulterante da cocaína foi constatada pela primeira vez em 2004, nos Estados Unidos e na Europa (ONU). Atualmente, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, 70% das amostras de cocaína analisadas apresentam levamisol (ONU).
Aminorex
Os técnicos do IGP acreditam que a adição do levamisol se deva ao produto gerado na sua biotransformação, o aminorex, que apresenta propriedades farmacológicas similares às da anfetamina, o que poderia potencializar os efeitos estimulantes da cocaína. A adição de levamisol à cocaína torna o consumo da droga ainda mais perigoso uma vez que a quantidade ingerida do medicamento geralmente é bem superior a terapêutica, o que acentua os efeitos colaterais.
O levamisol é um fármaco imunoestimulante e anti-helmíntico. Nos EUA, foi empregado para o tratamento do câncer de cólon e artrite reumatóide, mas foi retirado do mercado devido aos seus efeitos adversos, como a agranulocitose (diminuição dos glóbulos brancos), por exemplo.
Agência de notícias do Governo do Estado