A mãe do ex-namorado da policial Luane Chaves Lemes, 23 anos, sumida há 12 dias, Marisa Annes, declarou por telefone ao ON que seu filho, de 25 anos, já prestou depoimento e revelou todas as informações possíveis para auxiliar nas investigações. Os dois tiveram um relacionamento conturbado de cinco meses e haviam rompido há cerca de 30 dias. “Meu filho é apenas um ex-namorado dela, não tem nada com o caso, por isso, não vai falar. Tudo que sabia disse à delegada” revela.
Durante as investigações, a polícia confirmou, através do sistema de câmeras, que o rapaz estava em seu local de trabalho, entre às 11h e 13 horas, horário em que teria ocorrido o desaparecimento da policial.Depois disso, teria se encontrado com um amigo para irem até uma academia. Essa versão também foi confirmada pela polícia. “Quem conhece meu filho sabe que ele nunca teve problemas. Tudo o que disse já está confirmado, então não há mais o que fazer” desabafa.
O chefe de investigações da 1ª DP, Caroará Mor Alves, disse ontem, que o rapaz também já havia revelado ter encontrado a policial em uma boate, no domingo à noite. O encontro foi registrado pelo sistema de câmeras do estabelecimento. As imagens serão analisadas na próxima semana pela policia. “Eles tiveram um desentendimento lá. Depois disso, trocaram cerca de 30 mensagens pelo celular” afirma.
Buscas
O mistério em torno do sumiço da PM completa 12 dias neste sábado. Por quase duas semanas, equipes da Policial Civil, Brigada Militar, familiares e amigos, já vasculharam matos, barragens, e diversos bairros da cidade. Responsável pelas investigações, a titular da 1ª DP, delegada Daniela de Oliveira Mineto, afirma que todas as informações estão sendo checadas, mas reconhece a dificuldade em encontrar alguma pista. Nem mesmo o anúncio do pagamento de uma recompensa, no valor de R$ 5 mil, mais uma moto, feito pelo advogado da família, na terça-feira, até o momento trouxe alguma novidade para o caso.
Para auxiliar nas buscas, a família confeccionou cartazes com a foto da PM e distribuiu em ônibus intermunicipais na expectativa de obter alguma informação. “Eu já nem sei mais o que pensar, cada dia que passa a angústia aumenta. Meu marido e meu filho já procuraram por tudo” lamenta Roselaine Chaves Mendes, mãe da policial.
Dúvidas
Baseado em imagens registradas pelo sistema de câmeras, a polícia montou o suposto trajeto feito por Luane na segunda-feira. Depois de sacar R$ 100 na agência do Banrisul, da Avenida Presidente Vargas, ela teria entrado em uma lotérica e também em um bazar, ao lado, onde comprou duas carteiras de cigarro. A última imagem, registrada por volta das 9h16min, mostra a PM caminhando na rua Duque de Caxias. Somente duas horas depois, entre 11h e 11h15min, ela reaparece na casa de carne, localizada na Avenida Presidente Vargas, onde comprou cinco linguiças. Depois disso, não foi mais vista. “A questão é saber onde ela foi ou o que fez durante essas duas horas. Uma das hipóteses é de que teria ido em direção à casa do ex-namorado, localizada nas proximidades” cogita a delegada. Para o chefe de investigações, Caroará Mor Alves, o fato de ela ter comprado linguiça pode ser um indício de que ela pretendia preparar uma refeição rápida. A Brigada Militar confirma que Luane tinha instrução marcada para às 13 horas, no Regimento, referente ao desfile de 20 de setembro, no dia seguinte. “Tanto a casa de carne como o quartel, ficam próximos da casa dela, portanto, não haveria necessidade de pegar carona” comenta Alves. A polícia aguarda o resultado da perícia no notebook da PM, encaminhado a Porto Alegre.